A repórter Mariana Shreiber, da Folha, nos traz,hoje, outra vez, uma reportagem que só poderia ter sido escrita por quem pensa, como diriam os americanos “out of the box”, fora da minúscula “caixinha” em que o pensamento neoliberal tem colocado nossa mídia.
Ela mostra que, embora a grande imprensa brasileira insista em atribuir as pressões inflacionárias vividas pelo Brasil ao vigoroso crescimento econômico do país no Governo Lula, a inflação está em alta em todo o mundo.
Basta olha o quadro ao lado e ver que até países ainda afundados nos efeitos da recessão econômica gerada pela crise mundial, como o Reino Unido, acumulam taxas de inflação que, ao contrário da brasileira, já estouraram os tetos das previsões e chegam aos 4,4% anuais. Isso, para um inglês, de deixar cair a xícara de chá, tamanho o susto.
Nos Estados Unidos, a coisa está longe de ser tranquila. Depois de fechar 2010 com uma inflação anual de 1,5%, o índice acumulado subiu para 2% em março, o limite do que o BC deles, o Federal Reserve, considera aceitável.
E por que isso acontece em escala mundial?
É porque, claro, os movimentos de capital se dão em escala mundial e eles estão transitando soltos, em grande parte porque as economias centrais abaixaram os juros a praticamente zero – e a menos de zero, se considerarmos a inflação.
Se, no Brasil, eles fazem a enxurrada de dólares que desorganiza nossa economia, eles também criam pressão sobre preços em outras partes.
Este recrudescimento mundial da inflação revela, ainda, uma verdade que pouca gente está disposta a dizer: também o fim da inflação brasileira foi muito mais um fenômeno de redução e equilíbrio das taxas globais de inflação, necessário à globalização, do que um “milagre” produzido pela genialidade tucana.
Se isso não tira o lado bom da estabilização mostra, igualmente, que ela é parte da atual ordem econômica mundial.
Fonte: http://www.tijolaco.com/
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