sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada"

"A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada"

Centenas de pessoas lotaram auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo em ato contra golpismo midiático e em defesa da democracia e da liberdade de expressão. Manifesto afirma que, em nome da liberdade de imprensa, grande mídia comercial quer suprimir a liberdade de expressão. "A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada. É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo", diz o documento.

Centenas de pessoas participaram, ontem à noite (23), do ato contra o golpismo midiático e em defesa da democracia realizado no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. (Fotos de Conceição Oliveira). A manifestação, organizada pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, defendeu a mais ampla liberdade de expressão e criticou a postura da grande imprensa comercial brasileira que tenta transformar de forma falaciosa as críticas dirigidas a ela como um "ataque à democracia".

Ao final do encontro foi divulgado um manifesto à nação, que estará recebendo assinaturas de adesão nos próximos dias. Para assinar o manifesto:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7080

À NAÇÃO - Manifesto de artistas e intelectuais pela democracia e pelo povo

Em uma democracia nenhum poder é soberano.

Soberano é o povo.

É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal.

Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff.

Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias.

O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais.

Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.

O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”.

Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão.

A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.

É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa.

Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo.

Mesmo quando acusaram sem provas.

Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta.

Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.

A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos.

Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade.

Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante.

O Brasil passou por uma grande transformação.

Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.

Ninguém nos afastará desse caminho.

Viva o povo brasileiro
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Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16987

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