16º Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes (Clae)

Confira a programação do congresso, que começa nesta quarta-feira, dia 10, em Montevidéu. Site oficial da UNE estará presente

Começa nesta quarta-feira, dia10, o 16º Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes (Clae), o mais importante espaço de discussão para definir os rumos da educação no continente. Ao longo dos próximos 5 dias, até 15 de agosto, na cidade de Montevidéu, no Uruguai, o fórum vai debater questões como a regulamentação do ensino privado, o fortalecimento da educação pública e a mobilidade acadêmica em todo o continente.

O ato de abertura do 16º Clae será dia 11 de agosto e homenageará Mario Benedetti, famoso poeta e ensaísta uruguaio, e contará com a presença da Deputada Manuela D´Ávila (PCdoB). No mesmo dia acontecerá uma conferência inaugural com o tema “A crise do capitalismo e suas alternativas na conjuntura internacional”, e também debates com os temas: “A inovação tecnológica como elemento de integração”, “Meio ambiente e a Matriz energética”, “Recursos naturais e reforma Agrária”, “Processos de industrialização latinoamericanos”, “Desenvolvimento social, econômico Justo e solidário do continente”.

Programação do Congresso

O terceiro dia de congresso começa com uma conferência sobre a educação pública no século XXI, da qual participará o ministro da educação do Uruguai, Ricardo Erlich; o brasileiro e representante da OCLAE, Renan Alencar; o secretario geral da Central dos Trabalhadores argentinos, Hugo Yasky; o ex-presidente dos professores da universidade central do Equador, Juan Borja; o membro do Conselho Nacional das Universidades da Nicarágua, Telémaco Talavera Siles; e o Diretor de Ciência e Tecnologia do MES de Cuba, José Luís García Cuevas.

A integração latino-americana para um desenvolvimento soberano do continente por meio da educação será um tema fortemente defendido pela delegação brasileira. Durante a conferência sobre “Educação e Integração Latinoamericana e Caribenha”, no dia 11, a UNE apresentará duas experiências concretas que o Brasil tem nessa área: a UFFS (Universidade Federal da Fronteira do Sul) e a UNILA (Universidade Federal Da Integração Latino-Americana). “É fundamental preservar o caráter público do ensino, e que o mesmo contribua para a integração justa e solidária dos países da América Latina”, explica o president da UNE, Daniel Iliescu. Além disso, será debatida a necessidade de criação de um plano de mobilidade acadêmica para a América Latina.

Unidade do movimento estudantil

No dia 13 as conferências os rumos e a unidade do movimento estudantil no continente serão fortemente debatidos nas conferências “A Unidade dos movimentos sociais e o compromisso do movimento estudantil pela luta emancipadora continental”; “Movimento Estudantil secundarista, experiências de luta e perspectivas”; e “A Construção da unidade do movimiento estudantil continental”. Dessa última conferencia, o presidente da UNE, o estudante Daniel Iliescu, participará como orador. A luta dos estudantes chilenos e as recentes manifestações contra a mercantilização da educação no país estarão no eixo dos debates do congresso como motivação para se discutir a organização dos movimentos sociais na América Latina.

No domingo, dia 14, acontecerá a plenaria final do congresso, quando será votada a diretoria da entidade e aprovadas as principais resoluções que definirão as diretrizes da OCLAE nos próximos anos. Nesse dia, acontecerá uma importante marcha relembrando os estudantes mártires das ditaduras na América Latina, quando quatro brasileiros serão homenageados: os estudantes João Carlos Haas Sobrinho, desaparecido em 1972; Honestino Monteiro Guimarães, desaparecido em 1973; Edson Luis de Lima Souto, morto em 1968 e Helenira Rezende de Souza Nazareth, também assassinada em 1968.

A marcha é organizada anualmente pela FEUU (Federação de Estudantes Universitários do Uruguai) em memória a Liber Arce, o primeiro mártir estudantil da ditadura uruguaia, morto em 1968. Dessa vez, como acontecerá durante o congresso, serão homenageados estudantes vítimas dos regimes militares de todo o continente. “A realização da marcha durante um congresso da dimensão e abrangência do 16º CLAE é importante, em primeiro lugar, para fazer com que os tempos de ditadura permaneçam na memória de todos como algo horrível e que não pode nunca mais se repetir. Em segundo lugar, a homenagem faz o elo entre essa geração de jovens que lutou contra uma ditadura e a atual geração que se espelha nas anteriores para lutar pela ampliação da democracia e do avanço da sociedade”, comentou o representante brasileiro no secreatriado executivo da OCLAE, Mateus Fiorentini.

Sobre a OCLAE

Atualmente, a OCLAE reúne mais de 30 federações de estudantes de 23 países do continente, tem assento no conselho consultivo da ONU, participa do Instituto Internacional da Unesco para Educação Superior da América Latina e Caribe (Iesalc) e compõe a comissão de segmento da rede de enlaces da Unesco. Em 2009, desempenhou papel de destaque na Conferencia Mundial de Educação, que aconteceu em Paris, na França.

A OCLAE foi fundada em 1966, depois do 5º Congresso Latinoamericano e Caribenho de Estudantes, como uma resposta dos estudantes à intervenção norte-americana na educação dos países do continente. Nesse período, no Brasil, estabeleceu o MEC-Usaid com os Estados Unidos, acordo que promoveu uma reforma no ensino público do país.

16º Congresso Latinoamericano e Caribenho de Estudantes
Local: Universidade da República, Montevidéu (Uruguai)
Data: 10 a 15 de agosto
Credenciamento: US$ 30 dólares (equivalente a aproximadamente R$ 47). Nesse valor estão inclusos o transporte até o local, alojamento e alimentação.
O que preciso? Carteira de identidade original em bom estado
Informações pelo e-mail: luizalafeta@yahoo.com.br.

Fonte: http://www.une.org.br/noticias/deputada-manuela-davila-confirma-presenca.html