sexta-feira, 18 de março de 2011

Salvador sediará encontros da UNE em 2011


A União Nacional dos Estudantes, entidade que representa o conjunto dos estudantes brasileiros, sediará em Salvador, no ano de 2011, dois importantes encontros da entidade. Acontecerá de 21 a 24 de abril o IV Encontro de Mulheres Estudantes da UNE (IV EME UNE), espaço de auto-organização das mulheres estudantes e que tem chamada “Ô abre-alas que as mulheres vão passar”. Entre os dias 20 e 22 de maio será realizado o III Encontro de Negras, Negros e Cotistas da UNE (III ENUNE), espaço de discussão e formulação da juventude negra e movimentos sociais. Ambos encontros foram lançados no 13º Conselho de Entidades de Base da UNE (CONEB), realizado na cidade do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011.



As entidades estudantis baianas já têm se organizado para a recepção destes encontros e, fruto desta articulação, já foram dados passos importantes para a construção das atividades. No último dia 22 de fevereiro houve uma reunião entre a UNE, UEB e DCE UFBA com a reitora da UFBA, Profª Dora Leal. Nesta reunião foi possível encaminhar demandas infra-estruturais e liberação para que as atividades sejam realizadas na universidade.



“O compromisso firmado entre as entidades estudantis e a administração central da UFBA é fundamental para a realização plena destes encontros. O EME e ENUNE são encontros centrais para a UNE, já que organizam a formulação política das e dos estudantes sobre o combate ao machismo e o racismo.”, afirma Joanna Paroli, diretora executiva da UNE.



Para Clédisson Jr., diretor de Combate ao Racismo da entidade, “A construção do III ENUNE na Bahia fortalece um ciclo virtuoso que o movimento estudantil brasileiro atravessa, além de ser um dos espaços de acúmulo para a juventude negra que está nas universidades brasileiras. Combater as diversas formas de opressão passa pelos espaços da universidade”.



A reitora apresentou que a UFBA está de braços abertos para a construção dos encontros e que as contribuições oriundas das atividades serão apreendidas pela universidade. Ainda afirmou que “O sonho de minha geração é uma sociedade sem opressões. Podem contar conosco!”.



Saiba mais sobre o IV EME e III ENUNE



Ô abre alas que as mulheres vão passar!



O EME surgiu em 2005, por iniciativa da diretoria de mulheres da UNE, com o objetivo de ser um espaço de auto-organização e fortalecimento do debate feminista na entidade, contribuindo no combate ao machismo e todas as formas de opressão sofridas pelas mulheres dentro das universidades e no movimento estudantil. A segunda edição, que ocorreu em 2007 consolidou o Encontro e permitiu a criação de uma agenda própria.

Em 2009 o EME contou com a participação de 400 estudantes de todo o Brasil. Com a campanha “Mulheres transformando a universidade” o Encontro proporcionou debater a universidade a partir do olhar das mulheres. Creche, assistência estudantil, currículos acadêmicos que abrangem a discussão de gênero, educação não sexistas são pautas que derivaram do III EME e que mobilizaram a estudantes nos últimos dois anos. Além disso, a mercantilização do corpo das mulheres, os trotes e calouradas machistas foram denunciados com veemência pelas mulheres estudantes. Por fim, este EME estimulou a criação de coletivos feministas nas universidades, com o papel de travar o debate feminista nos espaços acadêmicos, reivindicar políticas de assistências e organizar o combate às práticas machistas impostas às mulheres no cotidiano da vida estudantil.

O IV EME da UNE vai buscar aprofundar as bandeiras de luta do último Encontro e discutir a vida das mulheres a partir de uma perspectiva ampla, que resgate o combate às opressões vividas pelas mulheres na sociedade. Com o mote “Ô abre alas que as mulheres vão passar” o próximo EME terá o objetivo de criar uma agenda ampla que avance na discussão das mulheres nos espaços de decisão da Entidade e apresentar os desafios da mulher brasileira que, mesmo admitindo avanços no campo das políticas públicas, no acesso a educação, ainda sofrem com as duplas jornadas de trabalho, com a falta de autonomia e a mercantilização de seus corpos, com a criminalização do aborto e com os valores patriarcais e mercadológicos arraigados no seu cotidiano.

Antenadas com o momento atual, em que as mulheres rompem barreiras e alcançam espaços nunca antes conquistados, as mulheres da UNE buscam radicalizar as suas pautas e dizer, em alto e bom som, que ainda temos que lutar muito! Enquanto as mulheres jovens ocuparem os piores postos de trabalho, enquanto a pobreza estiver majoritariamente entre as mulheres negras, enquanto o aborto for criminalizado, a violência continuar existindo, estaremos em processo de luta e resistência!



www.mulheresnaune.blogspot.com

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