30/09/2010
Tentativa de golpe termina com 2 mortos
Depois de resgate, Rafael Correa anuncia que eliminará maus "elementos" da Polícia Nacional.
O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que fará uma “depuração” na Polícia Nacional, eliminando seus maus "elementos". O anúncio foi feito na noite de quinta-feira (30), logo após seu resgate por uma força militar do Hospital da Polícia Nacional de Quito, onde o mandatário ficou retido por cerca de 12 horas.
Em seguida ao resgate ocorreu as 21 horas horário local (23 horas horário de Brasília), foi levado para o palácio presidencial onde pronunciou um discurso para uma multidão que o aguardava.
Segundo o presidente, o que aconteceu foi uma “traição à confiança do povo equatoriano”. Ele afirmou também que não se tratava apenas de um protesto por suspensão de benefícios para policiais, mas sim de uma conspiração, uma “tentativa fracassada de golpe”.
“Não haverá esquecimento nem perdão”, disse. "O que aconteceu não é por alguns dólares. É uma clara tentativa de conspiração, coordenado com o fechamento do aeroporto, com a tomada das antenas, com a interrupção da TV Equador”, afirmou Correa, acrescentando que "a tentativa de conspiração fracassou, mas deixará cicatrizes que levarão muito tempo para curar".
O estopim da crise foi o protesto da Polícia Nacional do Equador contra uma projeto de lei aprovado na quarta-feira (28) pela Assembleia Nacional. Um dos artigos da legislação prevê reduções nos benefícios salariais da categoria. Para Correa e outros membros do governo, o rechaço à lei foi usado como um pretexto para um golpe de Estado.
Confrontos
De acordo com a Cruz Vermelha, dois policiais morreram depois do resgate do presidente. Na operação, houve troca de tiros entre os militares e os agentes rebelados. Até o momento, foi apenas divulgado o nome do sargento Floilán Jiménez, que faleceu no próprio Hospital Militar.
Os conflitos também deixaram pelo menos 27 pessoas feridas. Segundo o porta-voz da Cruz Vermelha, Fernando Gandarillas, a organização atendeu 88 situações de emergência em todo o país, sendo 82 na capital, onde os confrontos se concentraram. A maioria dos casos era de asfixia por gás lacrimogêneo e traumatismos.
Durante o dia, o serviço de internet e telefone celular estavam instáveis e os sinais das emissoras de televisão chegaram a ser cortados em alguns momentos. Segundo a imprensa local, houve assaltos a bancos e a supermercados.
O aeroporto, que havia sido tomado por policiais, retomou suas atividades ainda na noite de quinta e funciona normalmente.
O comandante geral da Polícia Nacional do Equador, Freddy Martínez, renunciou ao cargo na manhã desta sexta-feira (1/10) e será provisoriamente substituído pelo general Florencio Ruiz até que o presidente Rafael Correa nomeie outro oficial para ocupar o cargo.
* Publicado originalmente no jornal Brasil de Fato, com informações de agências
Fonte: http://carosamigos.terra.com.br/index_site.php?pag=materia&id=262
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