O Brasil chegou a exibir taxas de crescimento médio de 7% ao ano entre os anos 1950 e final dos anos 1970. Com a emergência da crise da dívida, no início dos anos 1980, o governo militar (então presidido pelo general João Figueiredo) recorreu ao FMI e o resultado foi recessão e uma queda substancial no ritmo de crescimento, que desceu a pouco mais de 2% ao ano, em média. A renda per capta ficou estagnada durante mais de 20 anos.
A exemplo do que ocorre com países imersos na crise da dívida, o FMI impôs duros programas de ajuste fiscal e cambial para viabilizar o pagamento da dívida externa, o que impulsionou o desemprego e a inflação, enfraquecendo o mercado interno e alimentando a estagnação econômica.
Crise similar
A presidente comparou a situação brasileira daquele período com a atual crise que passam os países europeus e os Estados Unidos (EUA). "O Brasil passou por um momento muito difícil em 1982, com a crise da dívida soberana. A Europa passa por algo similar.", declarou.
Com os auspícios do FMI, impõe-se à Grécia, Portugal, Irlanda e outros países altamente endividados uma receita amarga, que traz recessão, desemprego, arrocho de salários e supressão de direitos trabalhistas, enfraquecendo o mercado interno e perpetuando a estagnação. A economia grega caminha para o quarto ano consecutivo de recessão.
Já vimos este filme
Para Dilma, falta uma convicção política uniforme aos líderes internacionais sobre como lidar com a atual crise econômica. "Nós já vimos uma parte desse filme. Nós sabemos o que é a supervisão do FMI. Nós sabemos o que é proibir que o país faça investimentos.", lembrou a presidente, que criticou a limitação dos investimentos federais imposta pelo FMI.
Ela ressaltou que o Brasil só voltou a crescer quando começou a investir e a incluir mais pessoas na classe média. "É isso que nos torna fortes; esse mercado interno da proporção que nós temos."
Remédio para crise
A presidente Dilma Rousseff afirmou que o país possui armas importantes para conter os efeitos da crise econômica mundial como instituições financeiras fortes e um mercado interno em expansão.
'É isso que nos torna fortes hoje: é nós termos o mercado interno da proporção que nós temos... (e) porque temos bancos fortes, porque temos uma política fiscal consolidada, porque temos reservas internacionais', disse Dilma durante anúncio de investimentos PAC Mobilidade Urbana Grandes Cidades em Curitiba (PR).
Dilma enfatizou que o Brasil tem condições de resistir a esse momento grave da economia internacional e, reafirmou, que o governo manterá sua responsabilidade em relação à economia, sobretudo a inflação. Para ela, é preciso ver a inflação "... com um olho e o crescimento com o outro".
Seriedade e prudência
“A gente tem que continuar firme, macroeconomicamente muito sérios, muito prudentes, dando passos que a gente pode dar com as nossas pernas, olhando a inflação com um olho e o crescimento com outro”, disse.
As declarações de Dilma ocorrem no mesmo dia em que o Parlamento da Eslováquia aprovou um plano para impulsionar o fundo de resgate europeu --último membro da área comum a fazê-lo, após tentativa frustrada na véspera que derrubou os mercados globais.
Durante o evento, Dilma anunciou recursos na ordem de R$ 2,250 bilhões para sistemas de transporte da capital paranaense, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Para o metrô de Curitiba, o governo federal vai disponibilizar R$ 1 bilhão do Orçamento da União. Outros R$ 750 milhões serão financiados com recursos do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS).
O investimento vai beneficiar 400 mil usuários do transporte público da capital do Paraná, ao dia, afirmou a presidente em seu discurso. Ela também citou a parceria entre estados, municípios e governo federal na recuperação dos espaços urbanos.
Dilma defendeu, como já fez em outras ocasiões, investimentos em infraestrutura, uma das reclamações de empresários que têm interesse em investir no Brasil.
Com agências
Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=166281&id_secao=1
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