sexta-feira, 24 de junho de 2011

FMI: MISÉRIA INTELECTUAL DA ORTODOXIA

Um conjunto de documentos recém-publicados por uma auditoria independente ajuda a entender por que o FMI falhou na sua missão de alertar com antecedência para os desequilíbrios que levaram à recente crise mundial. O problema não é apenas que o FMI defendeu políticas inadequadas, como a desregulamentação financeira indiscriminada e a abertura das contas de capitais a qualquer custo, mas principalmente a falta de capacidade para refletir sobre realidades econômicas que fogem do manual. O Escritório de Avaliação Independente (IEO, na sigla e inglês) chegou a essa conclusão depois de analisar 6,5 mil trabalhos de pesquisa econômica publicados pelo FMI nos últimos dez anos, justamente a ante-sala da crise mundial. Pior: 62% dos economistas do Fundo afirmaram que se sentem pressionados a alinhar as conclusões de suas pesquisas econômicas ao pensamento dominante no FMI. Hoje, 60% dos cargos de chefia no FMI são ocupados por profissionais de países anglo-saxões. Nada menos de 63% dos economistas obtiveram doutorado em universidades americanas. Entre as grandes economias emergentes, 57% consideram que as pesquisas são feitas para reiterar um conjunto pré-definido de prescrições, sem espaço para visões alternativas ( com informações Valor; 24-06).

(www.cartamaior.com.br; 6º feira,24/06/ 2011)

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