domingo, 7 de março de 2010

Respeito a diversidade

Por Priscila Figueiredo

A relação entre pessoas do mesmo sexo por motivos históricos sempre gerou muito preconceito. Por outro lado ontem (21 de dezembro de 2009) o presidente Luís Inácio Lula da Silva lançou o programa de Direitos humanos que prevê o casamento gay e novamente este tema é colocado em debate no cenário nacional. Este tema é demasiado polêmico, pois a homofobia permeia a sociedade atual, mas uma luz está brilhando, demonstrando que o respeito coletivo à diversidade parece estar mais próximo.

É possível identificar importantes fatores históricos e atuais que influenciaram e influenciam o intenso desrespeito às diferentes orientações sexuais, dentre eles temos a forte incoerência disseminada por diversos segmentos da sociedade, guiadas principalmente por doutrinas religiosas, e o forte machismo que infelizmente ainda persiste.


Existem diversos textos sagrados que apresentam a visão de uma época, onde a homossexualidade era vista como depravação. Atualmente, ela é considerada por muitos como uma doença e não são raras as demonstrações públicas de intolerância e preconceito. Diversos textos são escritos sobre as “possíveis” origens da homossexualidade, o que não acontece com a heterossexualidade. As pessoas devem entender que as diversidades fazem parte da natureza.


O machismo também se apresenta como um forte fator para a homofobia. Ainda se presencia a mentalidade de superioridade do homem com relação a mulher, assim por essa mentalidade um homem não pode ser dominado (penetrado) por outro homem, pois ser dominado é algo exclusivo das mulheres.


A forma como nos expressamos muitas vezes também está permeada com termos e declarações com sentido preconceituoso, muitas vezes até sem termos consciência disto. O homossexualismo é um termo que remete a época em que a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo era considerada perversão sexual (o sufixo ismo pela medicina refere-se à patologia). Atualmente, a forma mais adequada a se referir ao tema é homossexualidade, o sufixo “dade” significa modo de ser, comportamento.


Algumas pessoas do movimento LGBTT afirmam que o uso da expressão opção sexual, também é equivocada, afirmando que as pessoas não optam e sim apresentam orientação sexual. Essa constatação é um tanto mais polêmica que o uso do termo homossexualismo, entretanto, é coerente, pois ninguém opta ou escolhe gostar ou sentir atração por uma determinada pessoa (seja ela do sexo oposto ou não), isso simplesmente acontece.


A homofobia, infelizmente, se expressa de maneiras diversas, na forma de piadas, xingamentos, expressões e atos de violência verbal e física a homossexuais. Dados da Pesquisa "Política, Direitos, Violência e Homossexualidade" (CLAM/CeseC), realizada nas Paradas do Orgulho GLBT do Rio de Janeiro (2004), São Paulo (2005) e Recife (2006), mostram o quanto a homofobia está presente na sociedade brasileira: 61,5% dos entrevistados no Rio afirmaram já terem sido agredidos, 65,7% em São Paulo também já vivenciaram algum tipo de agressão e o mesmo aconteceu com 61,4% dos entrevistados na capital pernambucana. Declararam-se já terem sido discriminados 64,8% dos entrevistados no Rio, 72,1% em São Paulo e 70,8% em Recife.


Não é possível acreditar que estar com quem se ama, seja ela mulher ou homem, seja pecado ou doença. É difícil entender que as pessoas acreditam em um Deus que condena uma coisa tão linda como a relação amorosa entre pessoas e principalmente, que não aceita que as pessoas sejam felizes com suas opções (cadê o livre arbítrio?). A felicidade e realização, completam as pessoas e as fazem felizes, isso é o que mais importa, e nada nesse mundo pode interferir nisso.

A luta contra a homofobia tem ganhado proporções incríveis, assim como a luta contra o machismo e o racismo, e assim apesar de estarem ainda muito presentes em nossa sociedade, com o tempo mais adeptos unem e o programa de Direitos humanos parece ser um importante momento para debatermos estas questões.

Fonte: http://querermudaromundo.blogspot.com/2009/12/respeito-diversidades.html

Nenhum comentário: