Com a maioria dos deputados e vereadores, pré-candidatura é fortalecida na disputa interna
Por Marina Pita
Foto: Fábio Nassif
A cerca de um mês da conferência que definirá o candidato do PSOL à presidência da República nas eleições 2010, os deputados estaduais Raul Marcelo (SP) e Carlos Gianazzi (SP), os federais Ivan Valente (SP) e Chico Alencar (RJ) com apoio de outros parlamentares lançaram, nesta segunda-feira (01/03), manifesto público em apoio à pré-candidatura de Plínio de Arruda Sampaio, sinalizando definição antecipada da maioria do partido dissonando da vontade da presidente da sigla e principal figura pública, Heloísa Helena.
A disputa pela pré-candidatura à presidência pelo PSOL começou depois que Heloísa optou por concorrer ao Senado pelo Estado de Alagoas. Agora, defende o nome de Martiniano Cavalcante, dirigente do PSOL em Goiás, para substituí-la. O ex-deputado federal Babá também disputa o posto.
Durante o lançamento na Assembleia Legislativa de São Paulo, Chico Alencar afirmou que o nome a representar o partido socialista será escolhido pela base e não imposto pelo ocupante do mais alto cargo, como ocorre no PT. “Se eu for candidato, mostraremos que há democracia no PSOL”, afirmou Plínio, para depois declarar: “mas as disputas acabam assim que concluído o debate de pré-candidatura. Aí é para unir o partido."
Os parlamentares enalteceram o passado de luta de Plínio pela reforma agrária e contra o regime militar no Brasil. Todos justificaram a definição pelo nome do deputado constituinte por o considerarem o mais capacitado para reunificar a esquerda, os movimentos sociais e militantes, “inclusive fazer a disputa dentro do PT”. Disseram que seguem em conversas com PSTU e PCB para que as siglas lancem um único candidato à presidência. “Faremos toda força possível para unificar a esquerda”, declarou Plínio.
O líder da bancada na Assembleia, Raul Marcelo, argumentou que o tema da reforma agrária deve ser um dos motes da campanha do PSOL caso seu nome seja escolhido e deve diferenciar a legenda das demais neste processo eleitoral. Nesta mesma linha, Ivan Valente destacou a defesa do financiamento público de campanha e o combate ao recebimento de doações de empresas como pontos fortes para transformar a futura candidatura no contraponto ao que classificou como falsa polarização entre PT e PSDB: “são duas faces de um mesmo projeto e não uma mudança de valores substantiva. Há diferenças entre PT e PSDB, mas no essencial mantêm a mesma política”. O projeto também deve “desmascarar a falsa alternativa do PV”, lembrou Gianazzi.
Valente assumiu que a falta de um nome de peso como o de Heloísa Helena para disputar as eleições majoritárias a nível nacional faz com que o PSOL passe por “dificuldades” e demonstra a necessidade de aumentar sua capilaridade. No entanto, garante que a legenda tem respeitabilidade de parte da população e de importantes expoentes da intelectualidade para se colocar na disputa, como demonstra a lista de apoios de não filiados ao PSOL com que conta a pré-candidatura Plínio.
Além dos parlamentares presentes no ato, também apóiam assinam o manifesto o senador José Nery (PA), o deputado estadual Marcelo Freixo (RJ), os vereadores João Alfredo Telles de Melo (Fortaleza), Renatinho (Rio de Janeiro), Pedro Roberto (São José do Rio Preto), Fernanda Malafatti (Casabranca) e Emilio Brandemarti (Mirassol).
Nenhum comentário:
Postar um comentário