domingo, 30 de janeiro de 2011

Duas lógicas: rentista e a do desenvolvimento

19/01/2011


Índice de preços de alimentos da FAO estava na marca de 140 em março de 2009; bateu em 215 em dezembro de 2010; encontra-se acima dos níveis recordes registrados na bolha de 2008. Estoques são curtos, mas não há escassez de alimentos que justifique o aumento.

Alta especulativa no plano internacional pressiona inflação doméstica urbi et orbi pela equiparação entre valor exportado e vendas internas.

No Brasil, 'mercados' [sic] pressionam para combater a distorção internacional com outra igualmente nefasta: nova escalada de aumento dos juros (pode ser iniciada a partir de hoje pelo Banco Central) 'para evitar que o choque vindo de fora ganhe corpo e se dissemine nos demais preços' [sic]. Juros altos soterram o crescimento e o emprego.

Na Argentina, governo progressista de Cristina Kirchner determinou cotas de exportações para alimentos. Sem alternativa de colocar toda safra no exterior, produtores têm que vender no mercado interno a preços mais baixos, fixados pelo setor público. O 'agrobusiness' quer escalpelar Cristina Kirchner. Mas a população e a economia ficam preservadas da lógica predatória imposta pela supremacia das finanças desreguladas.”

Leia mais:
O ESTADO DAS COISAS
E O 'AJUSTE' PRIORITÁRIO

"Já superamos aquela etapa que predominou nos anos 80 e 90 em que a
meta do Brasil era o ajuste fiscal permanente. Hoje, o tema central é
o desenvolvimento. O ajuste fiscal não pode ser um fim em si mesmo. É
um meio para sustentar o desenvolvimento de um país. Nesse sentido,
não tenho dúvida que é plenamente possível haver ajustes nas finanças
públicas, especialmente naquelas áreas cujo gasto é improdutivo para o
país. O Brasil gasta demasiadamente com juros. O País compromete de 5%
a 6% do PIB pagando juros da dívida interna (...) O que me preocupa em
utilizar os juros para enfrentar a inflação é que a política monetária
tem um efeito generalizado na economia, e não ataca apenas os setores
que estão com problemas. Existe um arsenal de outras políticas que
poderiam atuar mais focadamente... " (Marcio Pochman, no Estadão de
16/01. Nesta terça-feira, 18/01, o BC se reúne para decidir sobre a
taxa de juro. O'mercado' quer aumento)


Fonte: http://cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=652

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