Opinião ou informação?
É interessante ver como os grandes meios de comunicação se comportam. Por mais que saibamos, não tem como se acostumar com a falta de compromisso com a verdade por parte deles. De fato, se prioriza a opinião – a forma com que as pessoas vão entender os acontecidos, ou a forma com que querem que o entendam – do que a informação.
O jogo de palavras utilizado por estes veículos é um dos pontos chave nessa manipulação para ludibriar a opinião pública. Apenas uma palavra pode mudar todo o sentido da notícia sendo divulgada. Nesse caso, podem-se destacar fatos que estão frescos na memória da população.
O incidente ocorrido nesta semana com a distribuição de energia elétrica é um deles. A simples troca da palavra “blecaute” por “apagão” muda completamente o sentido do que ocorreu. As reportagens relacionadas ao caso só tratam o assunto – de maneira sensacionalista – como “apagão”. Foi imprevisível o que aconteceu, e nenhuma gestão está livre disso. Mas, um “acidente” provocado por ações naturais não quer dizer que seja uma falta de planejamento. Falta de planejamento é o que houve no governo FHC, onde tivemos que racionar energia por um grande período – isso sim foi “apagão”. Essa é uma manobra que, sem felicidade, tenta atribuir falhas na gestão de Lula para prejudicar a candidatura de Dilma.
Outra “troca de palavras” recente é em relação ao golpe que aconteceu em Honduras. A substituição do termo “governo golpista” por “governo interino” muda toda conotação da história. Houve um golpe porque o presidente eleito pela população, Manuel Zelaya, estava tomando medidas que destoavam com o programa da direita naquele país – que ele mesmo fazia parte. Mas os veículos de comunicação não apontam quem assumiu o poder como golpistas, mostrando, mais uma vez, seu apoio a tomada do poder pelas elites na América Latina. Por estes e outros motivos podemos perceber que, não só as pessoas que estão na frente do governo hondurenho, mas os grandes veículos de comunicação que os apóiam, podem ser chamados de verdadeiros Golpistas.
É tão verdade o apoio as elites e a projetos que não priorizam a população, com menos poder aquisitivo, por parte dos grandes meios de comunicação, que é só lembrar a criminalização feita em relação ao pleito de tentar disputar outro mandado, por Hugo Chávez. Dizia-se que era tentativa de ditadura, que era antidemocrático. Tentaram fazer esse jogo – reeleição é igual a ditadura – também aqui no Brasil. Nem o partido do Presidente, nem ele próprio tinham se pronunciado a favor mas em terceiro mandato, e a mídia gorda já falava em monarquia – a Veja até lançou uma capa de revista com Lula coroado e no trono. Isso tudo para tentar desgastar um governo que luta pelo social e pela melhoria da vida dos brasileiros.
Por que será que não foi feito este mesmo estardalhaço quando Fernando Henrique tentou, e conseguiu, o direito de disputar um segundo mandato? Será que a gestão tucana, ou melhor, a mídia, estava do lado de quem? E Uribe, presidente da Colômbia? Ele está tentando terceiro mandato. Alguém está vendo algum enfoque para a tentativa de reeleição dele? Por que não é tentativa de golpe, de ditadura, ou de manutenção do poder ad eternum? Será que Uribe está de que lado? A importância maior que os noticiários estão dando para Colômbia é sobre a implantação das Bases norte-americanas e suposto combate ao narcotráfico. Por que será?
É importante que essas informações, já desmascaradas, sejam passadas a frente, pois esses grandes meios tentam sempre “apagar” ou enfraquecer a memória do povo. A população tem direito de saber quem serve a quem. A grande mídia e os partidos de direita servem as elites e a interesses privados, e o Governo Lula, a Ministra Dilma e o Partido dos Trabalhadores servem, sem sombra de dúvida, ao povo brasileiro como um todo.
Leno Miranda
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