sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Documento (da UESC) sobre autonomia universitária e implantação da nova universidade federal, em Itabuna/Ba

[Segue abaixo o documento produzido por uma comissão tirada no CONSEPE da UESC, do dia 02/09/11 . A pauta do conselho citado foi autonomia universitária, e foi deliberado que essa comissão foi criada para elaborar um documento, que seria o posicionamento da UESC, sobre a autonomia universitária, e sobre a implementação da nova universidade federal, com sede em Itabuna/Ba]



Comissão CONSU/CONSEPE - Autonomia Universitária

A Universidade concebida como espaço de construção de conhecimento, transmissão e difusão da cultura, da ciência e da tecnologia que se integram na vida da sociedade, não pode deixar de perseguir o interesse público e desenvolver a formação humana, cultural, científica, técnica e profissional dos cidadãos. A concretização dessas atividades requer a consideração social e jurídica dos poderes públicos perante uma auto-gestão de interesses específicos e institucionais compatíveis com os interesses gerais da sociedade.
A amplitude das suas funções e o grau da sua intervenção na vida econômica e social implicam o reconhecimento do princípio da sujeição das ações finalísticas a um enquadramento ligado à sua natureza de serviço público, entretanto devendo desempenhar as suas tarefas educacionais concretas com autonomia.
Esta dimensão pública das suas funções de produção de bens e de prestação de serviços destinados a satisfazer necessidades coletivas apela à responsabilidade do poder público, criando exigências e limites em concurso com os interesses gerais da sua configuração como entidade que deve pautar-se em princípios norteadores da sua autonomia, tal como prevista na legislação vigente, configurando-se como um direito fundamental da universidade.
A autonomia universitária plena, relativa aos princípios constitutivos da República e à garantia dos direitos fundamentais, é essencial ao desenvolvimento das universidades no cumprimento de suas atividades indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão e exige a atenção e articulação do poder público em seus diversos níveis, para ser realizada.
Todavia, a universidade fica, por vezes, tolhida e acanhada diante das transformações sociais e necessidades que se impõem na atualidade. A velocidade das transformações no mundo globalizado exige da universidade maior mobilidade, eficiência, agilidade e capacidade produtiva acelerada. O marco regulatório da autonomia universitária deve refletir precisamente estas novas necessidades e permitir novas soluções para novos problemas que se apresentam para a instituição universitária no século XXI.
Na perspectiva da autonomia universitária, a UESC, como parte do sistema educacional superior brasileiro, deve participar ativamente na criação e na execução das políticas de educação, ciência, cultura e tecnologia, buscando assegurar o direito de ser ouvida acerca dos marcos legais e dos processos de implantação, desenvolvimento, organização acadêmica, de formação e de prestação de serviços, em sua área de abrangência.
A Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, criada pela Lei 6.344, de 05 de dezembro de 1991, reorganizada pela Lei 6.898, de 18 de agosto de 1995 e pela Lei 7.176, de 10 de setembro de 1997, vinculada à Secretaria da Educação, é uma entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica de direito público, com sede no Km 16 da BR-415 (rodovia Ilhéus-Itabuna), município de Ilhéus -Bahia. Destinada a atuar na Região Sul do Estado da Bahia, compreende 74 municípios, 2 milhões de habitantes, 14% da população do Estado da Bahia.
Detentora de substantivo patrimônio afeto, há décadas dispõe de vasta capacidade administrativa e técnico-científica instalada e está em processo de larga expansão no atendimento do amplo leque de exigências legais, acadêmico-científicas, e das necessidades da sociedade.
Atualmente a UESC tem uma comunidade acadêmica composta por 9.000 estudantes, 300 servidores técnico-administrativos e 720 docentes. Oferece 33 cursos de graduação presenciais, 4 cursos de graduação em Educação a Distância vinculados ao Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB, 7 cursos de formação para professores vinculados ao PARFOR, 13 mestrados e 3 doutorados. A formação de professores está alinhada com a política pública de consolidação das licenciaturas por meio da adesão ao PARFOR, PRODOCÊNCIA e PIBID. Desenvolve em média 266 projetos de pesquisa por ano, com aporte de recursos externos captados em agências de fomento na ordem de 17 milhões de reais. O Programa de Iniciação Científica encontra-se consolidado com 324 bolsas concedidas em 2010, das quais 214 são oriundas de agências externas (FAPESB, CNPq). As atividades de extensão alcançam anualmente um público de 245.000 pessoas em 8 diferentes áreas temáticas, cabendo destacar a importante contribuição da UESC em políticas públicas voltadas para a alfabetização e preparação de jovens para o ingresso no ensino superior.
Assim, conforme prerrogativas que definem uma universidade, constantes em parecer do Conselho Nacional de Educação, a UESC atende a todos os requisitos, estando apta a contribuir para a consolidação do sistema de ensino superior hoje, na região e no Brasil.
Em relação ao nível federal, a UESC tem buscado aprofundar crescentemente suas interações no sentido do fortalecimento do desempenho em torno das normas gerais da educação, atentando para a superação dos limites sinalizados nas avaliações que são feitas dos cursos da instituição bem como recentemente deliberou pela adesão ao Sistema de Seleção Unificada - SiSu- e vem atendendo às demandas de ciência, tecnologia e inovação.
Esta instituição tem trabalhado concentradamente para atender aos parâmetros educacionais propostos nacionalmente, com os quais está alinhada, entre outros, expandindo sua infra-estrutura e projeto institucional para a atuação em áreas prioritárias e aperfeiçoamento da formação de professores. Em nenhum momento a UESC se aparta dos objetivos afirmados nos marcos legais fundamentais do Brasil, bem como das metas estabelecidas em projeto nacional de desenvolvimento.
O promissor advento da Universidade Federal do Sul da Bahia - UFESBA- na área de abrangência da UESC impõe a necessidade de participação dessa instituição na discussão e elaboração do projeto de implantação da nova IES na região, sobretudo, em face dos princípios mais gerais da administração pública e das responsabilidades constitucionalmente estabelecidas de inter-relação entre as esferas públicas no atendimento da educação de nível superior. A UESC tem sido ao longo de sua trajetória um locus de aporte significativo dos recursos públicos na região. E é do interesse da sociedade que os investimentos públicos nela empregados sejam necessariamente integrados para atingir com máxima racionalidade e eficácia o desenvolvimento da região e do país.
A autonomia tal como se configura hoje nas universidades responde por sua capacidade de organização e gestão, todavia há limitações que precisam, ainda, ser superadas. No âmbito estadual, há excessiva aderência da administração universitária ao aparelho estatal, por exemplo, no gerenciamento de compras, de realização de licitações, de gestão de obras, na execução de recursos captados nas agências de fomento. Urge discutir e redefinir um marco legal no Estado, o qual viabilize maior flexibilidade e agilidade à universidade para que ela possa exercer com mais eficiência as suas funções precípuas e fazer crescer os índices de ensino e de produtividade em ciência, tecnologia e inovação.
Não só a autonomia administrativa e de gestão da universidade carece de reconfiguração do marco legal, também a Universidade necessita de legislação mais flexível para a efetividade da autonomia financeira. É fato que o contingenciamento do orçamento é limitante da autonomia da universidade e de sua capacidade de produção de conhecimento e formação de recursos humanos. O Brasil, para se desenvolver e competir internacionalmente, necessita triplicar o número de profissionais formados na área tecnológica, melhorar os índices educacionais do país, formar docentes qualificados, dentre tantos outros desafios. A falta de flexibilidade orçamentária e financeira retira da universidade o poder de investir em setores essenciais ao seu
funcionamento e, portanto, limita sua capacidade de contribuir para a produção de conhecimento e formação de recursos humanos de excelência em curto e médio prazo.
Uma vez que a instituição universitária já tem garantida em lei a autonomia didático-pedagógica, administrativa, financeira e patrimonial, deseja no exercício de sua autonomia condições legais e econômicas que lhe permitam responder de forma ágil e eficiente às demandas da sociedade brasileira no século XXI.
Em relação à esfera estadual é imperativo e urgente que a autonomia universitária seja realizada, sobretudo nos aspectos administrativos e de gestão financeira que por sua vez atingem sobremaneira e crescentemente sua face didático-pedagógica. No sentido contrário da garantia dos recursos adequados ao seu funcionamento e desenvolvimento, a instituição tem sofrido graves restrições no campo orçamentário, seja através das limitações pelo Governo do Estado do volume de recursos a ela destinado, do crescente contingenciamento de suas despesas, seja por aquelas impostas à aplicação destes recursos. É ainda fundamental que sejam extirpadas do ordenamento jurídico estadual leis regulamentares que firam aos princípios constitucionais norteadores da autonomia, a exemplo da gestão democrática.
Ante o exposto, A UESC reivindica participação na comissão de implantação da UFESBA e da discussão junto ao Governo do Estado sobre o novo marco legal regulatório da autonomia para as universidades estaduais da Bahia.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Jornalista da "mídia gorda" defende mais austeridade para saída da crise

Por Leno Miranda*

Joelmir Beting, defendeu hoje, 30/09, no Jornal da Band, que os países da zona do euro não se ajudem só com empréstimo de dinheiro (a exemplo da Alemanha, que o seu Congresso acabou de aprovar mais ajuda aos países endividados da zona do euro). Ele também acha que esses mesmos países que estão ajudando, e os demais, devem aumentar o corte de gastos públicos – isso pressupõe demissões, congelamento e corte de salário e verbas, etc , e algumas coisinhas mais, para superar a crise. Ou seja, a defesa por medidas de austeridade, que tanto prejudicam a sociedade – para salvar o mercado – , são cada vez mais defendidas abertamente na mídia corporativa.

O povo tem que ficar atento, por que esses paladinos da ética e da moralidade, que fazem críticas supostamente em nome do povo – mas que tem uma essência elitista muito grande – , na verdade defendem interesses dos mais abastados. Já não basta o setor privado explorar a classe trabalhadora, não repassando minimamente o real valor do trabalho desempenhado por cada funcionário; já não basta a empreitada do empresariado pela diminuição de direitos trabalhistas; já na basta, nesses períodos de crise, a sociedade ser a real prejudicada; e ainda tem gente – nos grandes meios de comunicação, espaço fértil para formação de opinião – que defende medidas para que a iniciativa privada continue lucrando como nunca - pois são medidas para salvar o mercado, e não para proteger a população.

Como diria um jornalista, que perseguia comunistas na ditadura, e é conhecido por sempre fazer análises moralistas: “ISSO É UMA VERGONHA!!!”.


(*) Leno Miranda

Ciências Sociais - UESC
Coletivo 13 de maio
PT - Partido dos Trabalhadores
Ousar Ser Diferente
Esquerda Democrática Popular - EDP
Kizomba

terça-feira, 27 de setembro de 2011

PSD de Kassab enterra os demos

Por Altamiro Borges

Apesar das várias denúncias de irregularidades, o PSD do prefeito Gilberto Kassab caminha para conseguir seu registro definitivo na Justiça Eleitoral, o que garantirá a participação da nova legenda nos pleito municipal de 2012. Com isso, o tabuleiro político do país sofrerá fortes abalos. Um dos efeitos poderá ser o enterro definitivo dos demos – o que já preocupa o capeta no inferno!

Perda de salas e cargos em Brasília

O presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia, inclusive já avisou que o registro da sigla exigirá mudanças na Casa. Os demos perderão salas, cargos e comissões – ficarão mais mirradinhos. “O PSD deve subtrair 17 dos 44 deputados do DEM. Dessa forma, os democratas perderão o direito ao espaço privilegiado que têm hoje para as salas de sua liderança (ao lado da presidência da Câmara) e parte das vagas para os assessores”, informa Fernando Rodrigues, da Folha.

Segundo Marco Maia, será preciso “achar um espaço adequado para o PSD dentro da casa”, já que o novo partido “chega forte, provavelmente com mais de 50 deputados”. A mudança deve desesperar os demos, sempre tão fisiológicos. “A eventual redução da presença física do DEM dentro da Câmara será um dos sinais mais visíveis da desidratação do partido depois da criação do PSD. Legenda derivada da antiga Arena e do PFL, o Democrata passa por um momento de fragilidade”, conclui Fernando Rodrigues.

Desastre nacional

O baque não será sentido apenas em Brasília, no centro do poder político. Em vários estados, o DEM simplesmente desaparecerá – perdendo governadores, senadores, deputados federais e estaduais e vereadores. Em Santa Catarina, por exemplo, a tragédia é total. Na capital paulista, o PSD do prefeito engoliu a maior parte da bancada dos demos e ainda garfou alguns tucanos.

A nova sigla já surge como a segunda maior bancada da Câmara Municipal. Sete vereadores assinaram a “declaração de intenção de filiação”, documento que passará a ter valor legal quando o PSD for registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, o partido de Kassab empata com o PSDB como a segunda maior bancada na Câmara Municipal, e só fica atrás da do PT, que possui 11 vereadores.

Mudança de nome e de perfil

Assinaram a ficha de adesão ao PSD os vereadores Marco Aurélio Cunha, Edir Salles, Ushitaro Kamia, Marta Costa e Domingos Dissei, todos dissidentes do DEM. Souza Santos e o presidente da Câmara, Police Neto, que deixaram o PSDB em abril e estavam sem partido, completaram as adesões. Com o registro definitivo, o prefeito pretende aumentar as deserções nestes partidos - seus antigos aliados.

A decadência do DEM explica a histeria de suas lideranças, com discursos hidrófobos contra o governo Dilma. O partido já estuda mudar novamente de nome – já foi Arena, PDS e PFL – e até fala em adotar um perfil mais conservador. Alguns dos seus expoentes não escondem a simpatia pela Tea Party, a seita de extrema-direita dos EUA. A dúvida é se o partido, expressão maior do fisiologismo e do patrimonialismo na política brasileira, resistirá à acelerada perda de espaços. O diabo que se prepare!


Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com/2011/09/psd-de-kassab-enterra-os-demos.html

O Globo reclama da premiação a Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não pode passar batido um dos momentos mais patéticos do jornalismo brasileiro. Acredite quem quiser, mas órgãos de imprensa brasileiros como o jornal O Globo mandaram repórteres à França para reclamar com Richard Descoings, diretor do instituto francês Sciences Po, por escolher o ex-presidente Lula para receber o primeiro título Honoris Causa que a instituição concedeu a um latino-americano.

A informação é do jornal argentino Pagina/12 e do próprio Globo, que, através da repórter Deborah Berlinck, chegou a fazer a Descoings a seguinte pergunta: “Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?”.

No relato da própria repórter de O Globo que fez essa pergunta constrangedora havia a insinuação de que o prêmio estaria sendo concedido a Lula porque o grupo de países chamados Bric’s (Brasil, Rússia, Índia e China) estuda ajudar a Europa financeiramente, no âmbito da crise econômica em que está mergulhada a região.

A jornalista de O Globo não informa de onde tirou a informação. Apenas a colocou no texto. Não informou se “agrados” parecidos estariam sendo feitos aos outros Bric’s. Apenas achou e colocou na matéria que se pretende reportagem e não um texto opinativo. Só esqueceu que o Brasil estar em condição de ajudar a Europa exemplifica perfeitamente a obra de Lula.

Segundo o relato do jornalista argentino do Pagina/12, Martín Granovsky, não ficou por aí. Perguntas ainda piores seriam feitas.

Os jornalistas brasileiros perguntaram como o eminente Sciences Po, “por onde passou a nata da elite francesa, como os ex-presidentes Jacques Chirac e François Mitterrand”, pôde oferecer tal honraria a um político que “tolerou a corrupção” e que chamou Muamar Khadafi de “irmão”, e quiseram saber se a concessão do prêmio se inseria na política da instituição francesa de conceder oportunidades a pessoas carentes.

Descoings se limitou a dizer que o presidente Lula mudou seu país e sua imagem no mundo. Que o Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula. E que por ele não ter estudo superior sua trajetória pareceu totalmente “em linha” com a visão do Sciences Po de que o mérito pessoal não deve vir de um diploma universitário.

O diretor do Science Po ainda disse que a tal “tolerância com corrupção” é opinião, que o julgamento de Lula terá que ser feito pela história levando em conta a dimensão de sua obra (eletrificação de favelas e demais políticas sociais). Já o jornalista argentino perguntou se foi Lula quem armou Khadafi e concluiu para a missão difamadora da “imprensa” tupiniquim: “A elite brasileira está furiosa”. [se fosse só a elite (risos) - destaque meu]

Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com/2011/09/o-globo-reclama-da-premiacao-lula.html

Os primeiros passos já forma dados para a Mudança de ministério da Educação Superior

Educação: um passo à frente. Aprovado o Ministério da Educação de Base para valorizar a educação

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Hoje (21), pela manhã, foi aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal o projeto de lei do senador Cristovam Buarque que transforma o MEC em Ministério de Educação de Base e transfere o ensino superior para o âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Cristovam mostra o jornal Educacionista para a filha do HarrisonEm 2009, o senador Cristovam Buarque apresentou o projeto de lei nº 518, com o intuito de fazer com que o Ministério da Educação concentre suas atenções e energias na promoção da educação de base (ensino fundamental e médio). Hoje, grande parte do esforço do ministro e da equipe é voltada a atender as demandas das universidades. Isso cria uma distorção. O país perde. Todos nós perdemos com isso.

Para o senador Cristovam, o ensino superior estará melhor abrigado no Ministério da Ciência e Tecnologia. Na estrutura das universidades não muda nada, pois têm autonomia. Nem pedem elas recursos e importância. Mas o país ganha porque as universidades podem melhor se engajar em um programa nacional de inovação e desenvolvimento científico e tecnológico.

Uma professora, admiradora do senador Cristovam, escreveu, dias atrás, preocupada com essa mudança porque ela é da área de humanidades e ficou pensando se essa sua área não seria prejudicada passando a conviver com o mundo da tecnologia. A experiência dos últimos anos pode responder a inquietação da professora. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq é hoje, junto com a CAPES/MEC, o grande financiador de projetos de professores. Lá a área de humanidades é muito respeitada e valorizada. Os professores dessas áreas têm recebido estímulos financeiros, bolsas e recursos.

Pode até parecer paradoxal, mas certamente as universidades vão acabar colaborando mais com o ensino básico estando elas no Ministério da Ciência e Tecnologia. Não mais precisarão disputar com o ensino básico prioridades dentro de seu próprio ministério e assim poderão ver o ensino básico muito mais como um parceiro e um campo de atuação do que uma barreira ou alguém que disputa recursos e prestígio.

Para o ensino básico, é inegável o benefício. Teremos um ministério forte tendo que responder diariamente aos temas da educação de crianças e adolesentes. Ficará mais transparente o compromisso do Estado com a Educação.

Quando o senador Cristovam lançou essa ideia, havia muita oposição no governo e nas burocracias estabelecidas em suas caixinhas de poder. Hoje, essa oposição é muito menor. Cresce a simpatia. Vários pesquisadores de renome, incluindo o próprio ministro Mercadante, que tem feito uma excelente gestão, já se manifestou favorável em várias oportunidades. Mesmo no Ministério da Educação a simpatia tem crescido.

O projeto de lei agora vai ser apreciado na Comissão de Educação e depois na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. É um primeiro passo importante a aprovação dele na Comissão de Ciência e Tecnologia, mas o caminho ainda é longo e haverá muitos debates e embates.

Vamos continuar torcendo para que vença o compromisso com a educação e o respeito ao futuro do país ganhe mais corações no Congresso Nacional e no governo federal.

O QUE VAI ACONTECER AGORA?

A matéria ainda será apreciada pela Comissão de Educação, caso seja aprovada passará pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, em caráter terminativo, ou seja, sendo aceita sem que ao menos 10 parlamentares peçam para que a matéria vá para o plenário do Senado seguirá direito para o plenário da Câmara dos Deputados.

A íntegra do projeto de lei nº 518/2009 está à disposição no link http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=94190, no “Avulso da matéria”.


Fonte: http://www.cristovam.org.br/portal2/index.php?option=com_content&view=article&id=4461:educacao-um-passo-a-frente-aprovado-o-ministerio-da-educacao-de-base-para-valorizar-a-educacao&catid=17:acao-legislativa&Itemid=100052

Educação superior pode ir para o Ministério da Ciência e Tecnologia

Por Prof. Paulo Cardim

A Comissão de Educação do Senador Federal aprovou projeto de lei de autoria do senador Cristóvam Buarque passando, para o Ministério da Ciência e Tecnologia, a regulação e a supervisão da educação superior, hoje afeta ao Ministério da Educação.

Essa proposta o senador Cristóvam Buarque chegou a divulgar, quando esteve à frente do Ministério da Educação, em 2003, na primeira fase do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À época, a proposta do então ministro não foi à frente, uma vez que logo no início de 2004 ele foi exonerado, quando estava fora do país, em viagem oficial.

O projeto de lei do senador Cristóvam Buarque ainda tem uma longa caminhada, até chegar à mesa da presidente Dilma Roussef para a necessária sanção presidencial. Antes, deverá passar por outras comissões do Senado. Caso aprovado pelo plenário, será encaminhado à análise da Câmara dos Deputados, onde poderá dormitar por alguns anos, como aconteceu com o projeto de lei da LDB.

Caso o projeto do senador Cristóvam Buarque seja transformado em lei, o processo de credenciamento e recredenciamento de instituições mantidas pela União e pela iniciativa privada passará para a competência do Ministério da Ciência e Tecnologia, assim como a autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento dos cursos superiores – graduação (tecnologia, bacharelado, licenciatura) e pós-graduação (mestrado e doutorado).

A avaliação da educação superior – institucional, de cursos e de estudantes (Enade) – também deverá passar para a esfera do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A proposta do senador Cristóvam Buarque tem por objetivo direcionar os recursos humanos e materiais do Ministério da Educação para a educação básica – educação infantil, ensino fundamental e ensino médio –, a fim de restaurar a qualidade desse nível educacional, que passa por uma crise sem precedentes, comprometendo a formação das crianças e jovens, particularmente, os que dependem da educação pública.


Fonte: http://www.belasartes.br/diretodareitoria/artigos/educacao-superior-pode-ir-para-o-ministerio-da-ciencia-e-tecnologia

A Idéia, A Natureza, O Espírito [para Hegel]

Os três grandes momentos hegelianos no devir dialético da realidade são a idéia, a natureza, o espírito. A idéia constitui o princípio inteligível da realidade; a natureza é a exteriorização da idéia no espaço e no tempo; o espírito é o retorno da idéia para si mesma. A primeira grande fase no absoluto devir do espírito é representada pela idéia, que, por sua vez, se desenvolve interiormente em um processo dialético, segundo o sólito esquema triádico (tese, antítese, síntese), cujo complexo é obejto da Lógica; a saber, a idéia é o sistema dos conceitos puros, que representam os esquemas do mundo natural e do espiritual. É, portanto, anterior a estes, mas apenas logicamente.

Chegada ao fim de seu desenvolvimento abstrato, a idéia torna-se natureza, passa da fase em si à fase fora de si; esta fase representa a grande antítese à grande tese, que é precisamente a idéia. Em a natureza a idéia perde como que a sua pureza lógica, mas em compensação adquire uma concretidade que antes não tinha. A idéia, todavia, também na ordem da natureza, deveria desenvolver-se mais ou menos, segundo o processo dialético, das formas ínfimas do mundo físico até às formas mais perfeitas da vida orgânica. Esta hierarquia dinâmica é estudada, no seu complexo, pela Filosofia da natureza.

Finalmente, tendo a natureza esgotado a sua fecundidade, a idéia, assim concretizada, volta para si, toma consciência se si no espírito, que é precisamente a idéia por si: a grande síntese dos opostos (idéia e natureza), a qual é estudada em seus desenvolvimentos pela Filosofia do Espírito. O espírito desenvolve-se através dos momentos dialéticos de subjetivo (indivíduo), objetivo (sociedade), absoluto (Deus); este último se desenvolve, por sua vez, em arte (expressão do absoluto na intuição estética), religião (expressão do absoluto na representação mítica), filosofia (expressão conceptual, lógica, plena do absoluto).

Com o espírito subjetivo, a individualidade empírica, nasce a consciência do mundo. O espírito subjetivo compreende três graus dialéticos: consciência, autoconsciência e razão; com esta última é atingida a consciência da unidade do eu e do não-eu. O espírito subjetivo é estudado, em sentido vasto, pela psicologia, que se divide em antropologia, fenomenologia do espírito, psicologia propriamente dita. Não estando, pois, o espírito individual em condição de alcançar, no seu isolamento, os fins do espírito, de realizar a plena consciência e liberdade do espírito, surge e se afirma a fase do espírito objetivo, isto é, a sociedade. No espírito objetivo, nas concretizações da sociedade, Hegel distingue ainda três graus dialéticos: o direito (que reconhece a personalidade em cada homem, mas pode regular apenas a conduta externa dos homens); a moralidade (que subordina interiormente o espírito humano à lei do dever); a eticidade ou moralidade social (que atribui uma finalidade concreta à ação moral, e se determina hierarquicamente na família, na sociedade civil, no estado).

A sociedade do estado transcende a sociedade familiar bem como a sociedade civil, que é um conjunto de interesses econômicos e se diferencia em classes e corporações. O estado transcende estas sociedades, não porque seja um instrumento mais perfeito para a realização dos fins materiais e espirituais da pessoa humana (a qual unicamente tem realidade metafísica); mas porque, segundo Hegel, tem ele mesmo uma realidade metafísica, um valor ético superior ao valor particular e privado das sociedades precedentes, devido precisamente à sua maior universalidade e amplitude, isto é, é uma superior objetivação do espírito, segundo a metafísica monista-imanentista de Hegel, daí derivando uma concepção ético-humanista do estado, denominada por Hegel espírito vivente, razão encarnada, deus terreno.

Segundo a dialética hegeliana, naturalmente a sucessão e o predomínio dos vários estados na história da humanidade são necessários, racionais e progressivos; e necessária, racional e progressiva é a luta, a guerra, graças à qual, ao predomínio de um estado se segue o predomínio de um outro, a um povo eleito sucede um outro. Este, no fundo, tem razão sobre o vencido unicamente porque é vencedor, e aquele tem culpa unicamente porque é vencido. A história do mundo - com todo o mal, as injustiças, os crimes de que está cheia - seria destarte o tribunal do mundo. (O que se compreende, quando se faz coincidir o "ser" com o "deve ser", como acontece de fato no sistema hegeliano, graças à dialética dos opostos, em que os valores - verdadeiro-falso, bem-mal, etc. - são nivelados, porquanto igualmente necessários para a realização da idéia).

Se bem que no sistema hegeliano a vida do espírito culmine efetivamente no estado, põe dialeticamente acima do espírito objetivo o espírito absoluto, em que, através de uma última hierarquia ternária de graus (arte, religião, filosofia), o espírito realizaria finalmente a consciência plena da sua infinidade, da sua natureza divina, em uma plena adequação consigo mesmo.

Na arte o espírito tem intuição, em um objeto sensível, da sua essência absoluta; quer dizer, o belo é a idéia concretizada sensivelmente. Portanto, no momento estético, o infinito é visto como finito. Na religião, pelo contrário, se efetua a unidade do finito e do infinito, imanente no primeiro; mas em forma sentimental, imaginativa, mítica. Hegel traça uma classificação das religiões, que não passa de uma história das mesmas, segundo o seu sólito método dialético. Nessa classificação das religiões o cristianismo é colocado no vértice como religião absoluta, enquanto no ministério da encarnação do Verbo, da humanação de Deus, ele vê, ao contrário, a consciência que o espírito (humano) adquire da sua natureza divina.

Acima da religião e do cristianismo está a filosofia, que tem o mesmo conteúdo da religião, mas em forma racional, lógica, conceptual. Na filosofia o espírito se torna inteiramente autotransparente, autoconsciente, conquista a sua absoluta liberdade, infinidade. Como as várias religiões representam um processo dialético para a religião absoluta, assim, os diversos sistemas filosóficos, que se encontram na história da filosofia, representariam os momentos necessários para o advento da filosofia absoluta, que seria o idealismo absoluto de Hegel.



Fonte: http://www.mundodosfilosofos.com.br/hegel2.htm#ixzz1ZBf50vGN

A Idéia, A Natureza, O Espírito [para Hegel]

Os três grandes momentos hegelianos no devir dialético da realidade são a idéia, a natureza, o espírito. A idéia constitui o princípio inteligível da realidade; a natureza é a exteriorização da idéia no espaço e no tempo; o espírito é o retorno da idéia para si mesma. A primeira grande fase no absoluto devir do espírito é representada pela idéia, que, por sua vez, se desenvolve interiormente em um processo dialético, segundo o sólito esquema triádico (tese, antítese, síntese), cujo complexo é obejto da Lógica; a saber, a idéia é o sistema dos conceitos puros, que representam os esquemas do mundo natural e do espiritual. É, portanto, anterior a estes, mas apenas logicamente.

Chegada ao fim de seu desenvolvimento abstrato, a idéia torna-se natureza, passa da fase em si à fase fora de si; esta fase representa a grande antítese à grande tese, que é precisamente a idéia. Em a natureza a idéia perde como que a sua pureza lógica, mas em compensação adquire uma concretidade que antes não tinha. A idéia, todavia, também na ordem da natureza, deveria desenvolver-se mais ou menos, segundo o processo dialético, das formas ínfimas do mundo físico até às formas mais perfeitas da vida orgânica. Esta hierarquia dinâmica é estudada, no seu complexo, pela Filosofia da natureza.

Finalmente, tendo a natureza esgotado a sua fecundidade, a idéia, assim concretizada, volta para si, toma consciência se si no espírito, que é precisamente a idéia por si: a grande síntese dos opostos (idéia e natureza), a qual é estudada em seus desenvolvimentos pela Filosofia do Espírito. O espírito desenvolve-se através dos momentos dialéticos de subjetivo (indivíduo), objetivo (sociedade), absoluto (Deus); este último se desenvolve, por sua vez, em arte (expressão do absoluto na intuição estética), religião (expressão do absoluto na representação mítica), filosofia (expressão conceptual, lógica, plena do absoluto).

Com o espírito subjetivo, a individualidade empírica, nasce a consciência do mundo. O espírito subjetivo compreende três graus dialéticos: consciência, autoconsciência e razão; com esta última é atingida a consciência da unidade do eu e do não-eu. O espírito subjetivo é estudado, em sentido vasto, pela psicologia, que se divide em antropologia, fenomenologia do espírito, psicologia propriamente dita. Não estando, pois, o espírito individual em condição de alcançar, no seu isolamento, os fins do espírito, de realizar a plena consciência e liberdade do espírito, surge e se afirma a fase do espírito objetivo, isto é, a sociedade. No espírito objetivo, nas concretizações da sociedade, Hegel distingue ainda três graus dialéticos: o direito (que reconhece a personalidade em cada homem, mas pode regular apenas a conduta externa dos homens); a moralidade (que subordina interiormente o espírito humano à lei do dever); a eticidade ou moralidade social (que atribui uma finalidade concreta à ação moral, e se determina hierarquicamente na família, na sociedade civil, no estado).

A sociedade do estado transcende a sociedade familiar bem como a sociedade civil, que é um conjunto de interesses econômicos e se diferencia em classes e corporações. O estado transcende estas sociedades, não porque seja um instrumento mais perfeito para a realização dos fins materiais e espirituais da pessoa humana (a qual unicamente tem realidade metafísica); mas porque, segundo Hegel, tem ele mesmo uma realidade metafísica, um valor ético superior ao valor particular e privado das sociedades precedentes, devido precisamente à sua maior universalidade e amplitude, isto é, é uma superior objetivação do espírito, segundo a metafísica monista-imanentista de Hegel, daí derivando uma concepção ético-humanista do estado, denominada por Hegel espírito vivente, razão encarnada, deus terreno.

Segundo a dialética hegeliana, naturalmente a sucessão e o predomínio dos vários estados na história da humanidade são necessários, racionais e progressivos; e necessária, racional e progressiva é a luta, a guerra, graças à qual, ao predomínio de um estado se segue o predomínio de um outro, a um povo eleito sucede um outro. Este, no fundo, tem razão sobre o vencido unicamente porque é vencedor, e aquele tem culpa unicamente porque é vencido. A história do mundo - com todo o mal, as injustiças, os crimes de que está cheia - seria destarte o tribunal do mundo. (O que se compreende, quando se faz coincidir o "ser" com o "deve ser", como acontece de fato no sistema hegeliano, graças à dialética dos opostos, em que os valores - verdadeiro-falso, bem-mal, etc. - são nivelados, porquanto igualmente necessários para a realização da idéia).

Se bem que no sistema hegeliano a vida do espírito culmine efetivamente no estado, põe dialeticamente acima do espírito objetivo o espírito absoluto, em que, através de uma última hierarquia ternária de graus (arte, religião, filosofia), o espírito realizaria finalmente a consciência plena da sua infinidade, da sua natureza divina, em uma plena adequação consigo mesmo.

Na arte o espírito tem intuição, em um objeto sensível, da sua essência absoluta; quer dizer, o belo é a idéia concretizada sensivelmente. Portanto, no momento estético, o infinito é visto como finito. Na religião, pelo contrário, se efetua a unidade do finito e do infinito, imanente no primeiro; mas em forma sentimental, imaginativa, mítica. Hegel traça uma classificação das religiões, que não passa de uma história das mesmas, segundo o seu sólito método dialético. Nessa classificação das religiões o cristianismo é colocado no vértice como religião absoluta, enquanto no ministério da encarnação do Verbo, da humanação de Deus, ele vê, ao contrário, a consciência que o espírito (humano) adquire da sua natureza divina.

Acima da religião e do cristianismo está a filosofia, que tem o mesmo conteúdo da religião, mas em forma racional, lógica, conceptual. Na filosofia o espírito se torna inteiramente autotransparente, autoconsciente, conquista a sua absoluta liberdade, infinidade. Como as várias religiões representam um processo dialético para a religião absoluta, assim, os diversos sistemas filosóficos, que se encontram na história da filosofia, representariam os momentos necessários para o advento da filosofia absoluta, que seria o idealismo absoluto de Hegel.



Fonte: http://www.mundodosfilosofos.com.br/hegel2.htm#ixzz1ZBf50vGN

A Idéia, A Natureza, O Espírito [para Hegel]

Os três grandes momentos hegelianos no devir dialético da realidade são a idéia, a natureza, o espírito. A idéia constitui o princípio inteligível da realidade; a natureza é a exteriorização da idéia no espaço e no tempo; o espírito é o retorno da idéia para si mesma. A primeira grande fase no absoluto devir do espírito é representada pela idéia, que, por sua vez, se desenvolve interiormente em um processo dialético, segundo o sólito esquema triádico (tese, antítese, síntese), cujo complexo é obejto da Lógica; a saber, a idéia é o sistema dos conceitos puros, que representam os esquemas do mundo natural e do espiritual. É, portanto, anterior a estes, mas apenas logicamente.

Chegada ao fim de seu desenvolvimento abstrato, a idéia torna-se natureza, passa da fase em si à fase fora de si; esta fase representa a grande antítese à grande tese, que é precisamente a idéia. Em a natureza a idéia perde como que a sua pureza lógica, mas em compensação adquire uma concretidade que antes não tinha. A idéia, todavia, também na ordem da natureza, deveria desenvolver-se mais ou menos, segundo o processo dialético, das formas ínfimas do mundo físico até às formas mais perfeitas da vida orgânica. Esta hierarquia dinâmica é estudada, no seu complexo, pela Filosofia da natureza.

Finalmente, tendo a natureza esgotado a sua fecundidade, a idéia, assim concretizada, volta para si, toma consciência se si no espírito, que é precisamente a idéia por si: a grande síntese dos opostos (idéia e natureza), a qual é estudada em seus desenvolvimentos pela Filosofia do Espírito. O espírito desenvolve-se através dos momentos dialéticos de subjetivo (indivíduo), objetivo (sociedade), absoluto (Deus); este último se desenvolve, por sua vez, em arte (expressão do absoluto na intuição estética), religião (expressão do absoluto na representação mítica), filosofia (expressão conceptual, lógica, plena do absoluto).

Com o espírito subjetivo, a individualidade empírica, nasce a consciência do mundo. O espírito subjetivo compreende três graus dialéticos: consciência, autoconsciência e razão; com esta última é atingida a consciência da unidade do eu e do não-eu. O espírito subjetivo é estudado, em sentido vasto, pela psicologia, que se divide em antropologia, fenomenologia do espírito, psicologia propriamente dita. Não estando, pois, o espírito individual em condição de alcançar, no seu isolamento, os fins do espírito, de realizar a plena consciência e liberdade do espírito, surge e se afirma a fase do espírito objetivo, isto é, a sociedade. No espírito objetivo, nas concretizações da sociedade, Hegel distingue ainda três graus dialéticos: o direito (que reconhece a personalidade em cada homem, mas pode regular apenas a conduta externa dos homens); a moralidade (que subordina interiormente o espírito humano à lei do dever); a eticidade ou moralidade social (que atribui uma finalidade concreta à ação moral, e se determina hierarquicamente na família, na sociedade civil, no estado).

A sociedade do estado transcende a sociedade familiar bem como a sociedade civil, que é um conjunto de interesses econômicos e se diferencia em classes e corporações. O estado transcende estas sociedades, não porque seja um instrumento mais perfeito para a realização dos fins materiais e espirituais da pessoa humana (a qual unicamente tem realidade metafísica); mas porque, segundo Hegel, tem ele mesmo uma realidade metafísica, um valor ético superior ao valor particular e privado das sociedades precedentes, devido precisamente à sua maior universalidade e amplitude, isto é, é uma superior objetivação do espírito, segundo a metafísica monista-imanentista de Hegel, daí derivando uma concepção ético-humanista do estado, denominada por Hegel espírito vivente, razão encarnada, deus terreno.

Segundo a dialética hegeliana, naturalmente a sucessão e o predomínio dos vários estados na história da humanidade são necessários, racionais e progressivos; e necessária, racional e progressiva é a luta, a guerra, graças à qual, ao predomínio de um estado se segue o predomínio de um outro, a um povo eleito sucede um outro. Este, no fundo, tem razão sobre o vencido unicamente porque é vencedor, e aquele tem culpa unicamente porque é vencido. A história do mundo - com todo o mal, as injustiças, os crimes de que está cheia - seria destarte o tribunal do mundo. (O que se compreende, quando se faz coincidir o "ser" com o "deve ser", como acontece de fato no sistema hegeliano, graças à dialética dos opostos, em que os valores - verdadeiro-falso, bem-mal, etc. - são nivelados, porquanto igualmente necessários para a realização da idéia).

Se bem que no sistema hegeliano a vida do espírito culmine efetivamente no estado, põe dialeticamente acima do espírito objetivo o espírito absoluto, em que, através de uma última hierarquia ternária de graus (arte, religião, filosofia), o espírito realizaria finalmente a consciência plena da sua infinidade, da sua natureza divina, em uma plena adequação consigo mesmo.

Na arte o espírito tem intuição, em um objeto sensível, da sua essência absoluta; quer dizer, o belo é a idéia concretizada sensivelmente. Portanto, no momento estético, o infinito é visto como finito. Na religião, pelo contrário, se efetua a unidade do finito e do infinito, imanente no primeiro; mas em forma sentimental, imaginativa, mítica. Hegel traça uma classificação das religiões, que não passa de uma história das mesmas, segundo o seu sólito método dialético. Nessa classificação das religiões o cristianismo é colocado no vértice como religião absoluta, enquanto no ministério da encarnação do Verbo, da humanação de Deus, ele vê, ao contrário, a consciência que o espírito (humano) adquire da sua natureza divina.

Acima da religião e do cristianismo está a filosofia, que tem o mesmo conteúdo da religião, mas em forma racional, lógica, conceptual. Na filosofia o espírito se torna inteiramente autotransparente, autoconsciente, conquista a sua absoluta liberdade, infinidade. Como as várias religiões representam um processo dialético para a religião absoluta, assim, os diversos sistemas filosóficos, que se encontram na história da filosofia, representariam os momentos necessários para o advento da filosofia absoluta, que seria o idealismo absoluto de Hegel.



Fonte: http://www.mundodosfilosofos.com.br/hegel2.htm#ixzz1ZBf50vGN