sexta-feira, 29 de abril de 2011

José Eduardo Dutra deixa presidência do PT para cuidar da saúde

Na manhã desta sexta-feira (29) José Eduardo Dutra apresentou sua renúncia à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores. Em comunicado aberto aos membros do Diretório Nacional, com a presença da imprensa, afirmou passar por problemas de saúde. Dutra destacou que “Continuará militando em favor de um Brasil para os brasileiros”. Internamente o petista continuará como membro do Diretório Nacional.

Debilitado por problemas de saúde, Dutra disse que “Alguns companheiros aconselharam que eu poderia renovar a minha licença, mas avaliei que não seria justo nem comigo nem com o PT. Tomei uma decisão sobre a qual tenho total responsabilidade: sair agora da presidência do PT. O partido define seu novo presidente e eu me cuido”. Em momento descontraído de seu discurso, disse "Estou deixando a presidência do PT, mas não me aposentando”.


Obedecendo orientações médicas, o ex-presidente disse que estará dedicado agora a novos hábitos de alimentação, e declarou estar com “crise hipertensiva fruto do estresse que afeta o metabolismo”. (Ricardo Weg – Portal do PT)

RádioPT - Clique aqui ou no player abaixo e ouça declaração completa de José Eduardo Dutra.



Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/institucional-3/jose-eduardo-dutra-deixa-presidencia-do-pt-para-cuidar-da-saude-58461.html

terça-feira, 19 de abril de 2011

Jornalista da Globo causa constrangimento a diplomacia brasileira

Por Leno Miranda


O Jornalista da Globo News - que pertence a Rede Globo de televisão –, Caio Blinder, fez na semana passada comentários preconceituosos sobre mulheres árabes. Na verdade ele se referiu a mulheres de destaque - a exemplo da Rainha da Jordania -, mas o comentário acabou atingindo não só a comunidade de mulheres árabes, mas as mulheres em geral.

Se o jornalista discorda da postura política delas, que fizesse comentários relacionados a esse tema. Mas chamar mulheres de “piranhas” não tem ligação alguma com a postura política de quem quer que seja. É sim um ato machista, que inferioriza as mulheres e por conseguinte extremamente inadequado.

É uma vergonha termos formadores de opinião que ainda se comportem dessa forma. Isso só reforça a onda de conservadorismo que tenta se tornar hegemônica no mundo – e que aqui no Brasil apareceu com muita força na eleição presidencial de 2010.

Posturas como essa tem que ser denunciadas e repudiadas. Parabéns a Record pela coragem de tratar desse tema, que mostra falhas absurdas da Rede de Comunicação (Globo) que se construiu apoiando a ditadura militar brasileira, e é porta voz da classe dominante – que é muito conservadora e (falso)moralista.

Segue o vídeo da reportagem da Tv Record sobre o tema:

http://www.youtube.com/watch?v=AAuGJB2OvKo&feature=player_embedded#at=15

Torturador da Presidenta Dilma dá entrevista

O torturador da presidenta Dilma, tenente-coronel Maurício Lopes Lima não permitiu que se fizesse foto atual dele, mas o IG reproduziu uma fotografia do fardado de décadas passadas
Há coisas que passam pelas vistas dos leitores e eles ignoram. Às vezes são publicadas determinadas entrevistas pela mídia e não se sabe por que não repercutem como deveriam. A entrevista de um oficial do Exército brasileiro que torturou a presidenta Dilma foi um desses assuntos que poucos comentaram. Por que? Afinal aquele homem foi acusado pelo Ministério Público Federal de participar da morte de seis presos políticos e torturar outras 20 pessoas, entre elas a presidenta Dilma Rousseff. Falamos do tenente-coronel reformado do Exército Maurício Lopes Lima que descreve a violência nos porões da ditadura como algo “corriqueiro”. Na mesma semana em que o presidente Luís Inácio Lula da Silva declarou que o torturador de sua sucessora hoje deveria estar se torturando, a reportagem do iG encontrou o militar levando uma vida de sombra, sol e água fresca na praia das Astúrias, no Guarujá em São Paulo.
Hoje aposentado (reformado), ele fala tranquilamente sobre os acontecimentos relatados em 39 documentos que serviram de base para a ação civil pública ajuizada na 4ª Vara Cível contra ele. Questionado sobre o uso da tortura nos interrogatórios, comentou: “Era a coisa mais corriqueira que tinha”, afirmou. Embora negue ter torturado Dilma, ele admite que teve contato com a presidenta eleita. Diz que na época não podia sequer imaginar que a veria na Presidência. “Se soubesse naquela época que ela seria presidenta teria pedido: “Anota meu nome aí. Eu sou bonzinho”, afirmou.
A ação aberta contra Lima e os demais acusados – dois ex-militares e um ex-policial civil – se refere ao período entre 1969 e 1970, quando Lima e outros três acusados integraram a equipe da Operação Bandeirante e do DOI-Codi, ambos protagonistas da repressão política durante a ditadura militar (1964-1985). Entre os documentos, está um depoimento de Dilma à Justiça Militar, em 1970, no qual ela pede a impugnação de Lima como testemunha de acusação, alegando que o então capitão do Exército era torturador e, portanto, não poderia testemunhar.
“Pelos nomes conhece apenas a testemunha Maurício Lopes Lima, sendo que não pode ser considerada a testemunha como tal, visto que ele foi um dos torturadores da Operação Bandeirante”, diz o depoimento de Dilma. Na época com 22 anos, a hoje presidenta eleita foi presa por integrar a organização de esquerda VAR-Palmares. No mesmo depoimento Dilma acusa dois homens da equipe de Lima de ameaçá-la de novas torturas quando ela já havia sido transferida para o presídio Tiradentes. Ela teria questionado se eles tinham autorização judicial para estarem ali e recebido a seguinte resposta: “Você vai ver o que é juiz lá na Operação Bandeirante”.
Outros depoimentos deixam mais evidente a ação do militar, como o do frade dominicano Tito de Alencar Lima, o Frei Tito, que descreve em detalhes como foi colocado no pau-de-arara e torturado por uma equipe de seis homens liderados por Lima. “O capitão Maurício veio buscar-me em companhia de dois policiais e disse-me: “Você agora vai conhecer a sucursal do inferno”, diz um trecho do depoimento, no qual ele diz ter recebido choques elétricos e “telefones” (tapas na orelha), entre outras agressões.
O então capitão do Exército é acusado também de ter participado da morte de Vírgilio Gomes da Silva, o “Jonas” da ALN, outra organização de esquerda que defendia a luta armada. Líder do sequestro do embaixador dos EUA Charles Elbrick, Virgílio foi assassinado no DOI-Codi, conforme admitiu oficialmente o Exército em 2009. Lima nega todas as acusações. Leia abaixo trechos da entrevista concedida por Lima ao iG:
Como era chegar em casa e pensar que uma moça como a Dilma, de vinte e poucos anos, havia sido torturada?
Nunca comentei isso com ninguém, mas desenvolvi um processo interessante. Eu não voltava mais para casa, pois achava que podia morrer a qualquer momento. Me isolei dos amigos e das pessoas que gostava. O quanto mais pudesse ficar longe melhor. Era uma fuga.
O senhor fugia do que?
De uma realidade. Eu sabia que ia morrer. Minha mulher estudava história na USP. Ela soube por terceiros que eu estava no DOI-Codi. As colegas dela todas presas.
Então não era a tortura que o incomodava?
É como um curso na selva. No primeiro dia você vê cobras em todo canto. No terceiro dia você toma cuidado. Depois do décimo dia passa um cobra na sua frente e você chuta. É adaptação.
Se tornou uma coisa banal?
Sim.
E hoje em dia o que o senhor pensa daquilo?
Penso que só é torturado quem quer. Agi certo. Arrisquei minha vida. Não tive medo. Não tremi, não. E não torturei ninguém. Pertenci a uma organização triste, sim. O DOI-Codi, a Operação Bandeirante eram grupos tristes.
O senhor está pesquisando no projeto Brasil Nunca Mais para preparar sua defesa?
Sim. Primeiro porque não sei quem falou. Uns me citam, outros “ouvi dizer”.
O MPF cita sua participação em torturas contra 16 pessoas.
É. Outro que me deixa fulo da vida é o Diógenes Câmara Arruda (ex-dirigente do PCB preso na mesma época que Dilma). Ele faz a minha ligação como torturador dele e o CCC (Comando de Caça aos Comunistas, grupo de extrema direita que atuou nas décadas de 60 e 70). Eu tinha uma bronca desgraçada do CCC. Me referia a eles como “aqueles moleques chutadores de porta de garagem”. É o que eles eram. Nunca tive nada com o CCC.
O senhor também é acusado de participar da morte do Virgílio Gomes da Silva (o “Jonas” da ALN, morto no DOI-Codi em 29 de setembro de 1969).
Me acusam de ter matado o Virgílio e de ter torturado o filhinho dele (então com quatro meses de idade). Eu não estava lá e demonstro para quem quiser ver (se levanta e pega um livro do Exército com os registros de todas suas mudanças e transferência ao longo da carreira). Isso são minhas folhas de alterações militares. Pode olhar aí. Fui transferido para a Operação Bandeirante no dia 3 de outubro. O Virgílio foi morto no dia 29 de setembro.
Não havia entre os militares a questão moral de que a tortura desrespeita os direitos humanos?
A tortura diz respeito a direitos humanos e o terrorismo também.
Um erro justifica o outro?
Estão ligados. Tortura no Brasil era a coisa mais corriqueira que tinha. Toda delegacia tinha seu pau-de-arara. Dizer que não houve tortura é mentira, mas dizer que todo delegado torturava também é mentira. Dependia da índole. As acusações não podem ser jogadas ao léu. Têm que ser específicas. Eu sei quem torturava e não era só no DOI-Codi, era no Dops também. Mas eu saber não quer dizer que eu possa impedir e nem que eu torturasse também. A tortura é válida para trocar tempo por ação.
Quem torturava?
O maior de todos eles já morreu e não dá para falar dos mortos.
Alguma vez o senhor contestou a prática de tortura no DOI-Codi?
Não porque existia um responsável maior, o comandante do DOI-Codi. Eu fiz a minha parte. Se eu fosse mandado torturar, não torturaria. Outros não. O Fleury (delegado Sérgio Paranhos Fleury), por exemplo, até dava um sorriso.
* * *
Caros amigos, foram colocados apenas trechos dessa entrevista para não chocá-los. Agora vocês tirem suas conclusões sobre o caráter desse fardado.
Bom fim de semana!
Nota: A entrevista ficou disponível no Portal IG em 28/11/2010


Fonte: http://blogdadilma.blog.br/2011/04/torturador-da-presidenta-dilma-da-entrevista.html#more-67065

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Os desafios da política juvenil no governo Dilma

A Secretaria Nacional de Juventude tem novos desafios na gestão da presidenta Dilma Rousseff. Desde 2005, quando foi instituída a Política Nacional de Juventude, o tema registrou importantes avanços e conquistou, pela primeira vez, visibilidade nacional.

Avançamos na discussão de um marco legal para o segmento, estabelecemos o diálogo entre governo e sociedade civil, por meio do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), ampliamos o debate do tema com a primeira Conferência Nacional, realizada em 2008, e mobilizamos parte dos gestores estaduais e municipais para um compromisso conjunto com a agenda juvenil.

No que diz respeito ao marco legal, aprovamos a PEC da Juventude, que inseriu o termo "jovem" no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais, dando um importante passo para assegurar a continuidade da política juvenil independente de quem esteja governando. Neste momento, é importante reforçar o debate sobre o Estatuto e o Plano Nacional de Juventude, que estão em tramitação no Congresso Nacional. O Plano estabelece um conjunto de metas que os governos - federal, estaduais e municipais - deverão cumprir em relação aos jovens em um período de dez anos.

Desde 2003 a juventude foi contemplada com diversas iniciativas, como a criação de mais escolas técnicas federais, maior acesso ao ensino superior, por meio do Prouni e Reuni, à cultura e ao esporte, através dos Pontos de Cultura e das Praças da Juventude, além de programas como o Projovem Integrado, que oferece elevação de escolaridade e capacitação profissional aos jovens que estão fora da escola e do mercado de trabalho.

Agora, precisamos dar novos passos para consolidar a nossa agenda, o que implica assegurar a transversalidade do tema nos diversos ministérios que executam a política juvenil; priorizar as iniciativas que integram educação e trabalho, com foco especial na reestruturação do ensino médio; desenvolver ações que reduzam a mortalidade juvenil e utilizar as oportunidades que eventos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo poderão trazer para esse público, abrindo novas oportunidades de acesso ao mundo do trabalho. Tudo isso respeitando a rica diversidade da juventude brasileira e combatendo todas as formas de preconceito, a exemplo do racismo e da homofobia.

Diante desses desafios, sinto-me bastante otimista em relação aos próximos quatro anos. Primeiro, porque a presidenta Dilma Rousseff assumiu, ainda em campanha, o compromisso de priorizar a agenda juvenil, o que já foi ratificado após sua posse. Um compromisso que contempla toda a juventude, desde aquela que se encontra em situação de risco e, portanto, exige ações emergenciais, até os jovens de classe média e alta, estimulando todos a participar dos processos decisórios do país.

Embora esse estímulo à participação tenha crescido muito nos últimos anos, a presença dos jovens no cenário político e econômico ainda é muito pequena. Basta observar o número de parlamentares jovens, tanto na Câmara dos Deputados quanto nas assembléias legislativas nos estados. Portanto, um dos itens prioritários da nossa pauta é trazer os jovens para o debate, para que questionem, sugiram e disputem seu espaço nas discussões prioritárias da agenda nacional.

Além do apoio da presidenta Dilma e do governo federal como um todo, me anima muito o otimismo que a nossa juventude tem em relação ao Brasil. Uma pesquisa realizada no início do ano, em 25 países, pela Fundação para a Inovação Política (Fundapol) da França, mostrou que a juventude brasileira é a segunda mais otimista do mundo em relação ao próprio futuro e a terceira a acreditar nas perspectivas do seu país. De acordo com o estudo, 87% dos jovens brasileiros acreditam que terão um futuro promissor. Esse dado é um reflexo do ciclo de desenvolvimento pelo qual o Brasil vem passando nos últimos anos e revela que essa geração vê com bons olhos o projeto que está em curso.

A segunda Conferência Nacional de Juventude, agendada para o mês de setembro, será uma ótima oportunidade de reforçar essa participação, afinando o debate sobre a agenda que queremos construir para os próximos quatro anos. Tenho certeza de que os jovens responderão positivamente a este convite, marcando presença e trazendo contribuições importantes para a conquista dos desafios que temos pela frente.

Severine Macedo é secretária nacional de Juventude, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e ex-secretária nacional de Juventude do PT.




Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/opinioes/os-desafios-da-politica-juvenil-no-governo-dilma-55581.html

O príncipe e os pobres

Em artigo publicado na revista "Interesse Nacional", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso exorta as oposições, e especialmente o seu partido, o PSDB, a abandonar o "povão" se ainda pensam em voltar ao governo.

Fernando Henrique sugere buscar apoio na nova classe média e pede pressa na ação, advertindo sobre a possibilidade de a situação se complicar se a presidenta Dilma Rousseff ganhar o apoio desses setores que emergiram (isso ele não disse) durante os dois governos do ex-presidente Lula.

Ao assumir a necessidade de que o PSDB se afaste do povão, Fernando Henrique inspira-se no general João Batista Figueiredo, o último ditador, que, ao deixar o poder, pediu que o povo o esquecesse.

A inspiração faz sentido. No campo social, os dois governos de FHC se parecem muito com o de Figueiredo, que apreciava mais o cheiro dos seus cavalos que o cheiro do povo. A situação do povo não experimentou melhora nos seis anos do mandato do general nem nos oito de Fernando Henrique.

FHC nunca soube muito de povo. Nas eleições municipais de 1985, ele foi surpreendido com a arguição do adversário Jânio Quadros sobre onde ficava Sapopemba, região habitada por famílias de baixa renda na periferia de São Paulo.

Escondido em um sorriso amarelo, FHC não respondeu à pergunta do ex-presidente, e Jânio redarguiu: "Como alguém pode pretender governar uma cidade se não conhece os seus bairros?".

De Sapopemba ao resto do país, FHC e o PSDB pouco ou nada conhecem das camadas mais humildes da população brasileira.

Até o fim do seu governo, essa gente comia uma vez a cada três dias. Sem emprego, sem perspectiva e sem amanhã, essa gente só sobrevivia, pois aquilo não era vida. Essas pessoas passaram a comer três vezes ao dia, a ter emprego, mais saúde e dinheiro no bolso para consumir a partir do governo Lula. Em oito anos, o Brasil experimentou a maior mobilização social da sua história.

Diante da maior crise financeira mundial desde 1929, o país criou no período 15 milhões de empregos; 19 milhões de pessoas ascenderam das classes D e E para a classe C, que hoje representa 53% da população. Outras 12 milhões pularam da classe C para as classes A e B.

Será que é essa classe média que FHC pretende cooptar para as oposições? Esmagada em seu governo, foi ampliada pelo governo Lula, com apoio dos partidos da sua base de sustentação. Não se deixará iludir pelo canto da sereia agora entoado pelo ex-presidente.

Para ter o sentimento do povo, FHC e seu PSDB não precisariam ir ao extremo de trocar suas vestes, como fez o príncipe Edward com o paupérrimo Tom, na obra do escritor Mark Twain.

Mas devia tê-lo levado em consideração, acreditado em seu potencial. Quando puderam promover ascensão social, os governos do PSDB patrocinaram o arrocho salarial e, com sua política monetária, fomentaram falências e desemprego. Não só Inês é morta, como procurou justificar FHC a perda desse eleitorado. O leite derramado também é difícil de recuperar.

Walter Pinheiro é senador pelo PT da Bahia.


Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/opinioes/o-principe-e-os-pobres-56071.html

Concursos públicos podem ter prazo de validade alterado

O senador Wellington Dias (PT-PI) apresentou Proposta de Emenda à Constituição para suspender a contagem do prazo de validade de concursos públicos. A idéia é de quando houver qualquer medida de suspensão de contratação dos aprovados em concursos públicos, seja em âmbito governamental, estadual, municipal, ou de qualquer autarquia ou empresa, o prazo de validade do mesmo concurso fica suspenso até o final da medida.


Wellington Dias acredita que essa medida vai trazer economia aos cofres públicos. “Eu creio que nós temos hoje uma encruzilhada, que é a necessidade de dar uma solução na relação do governo com pessoas que acreditam em um edital de um concurso, se inscrevem, já pagam normalmente para se inscrever. A partir daí compram livros, a partir daí pagam cursinho, às vezes se deslocam para outro lugar, comemoram quando vêm seu nome na lista dos aprovados, ou classificados e de repente surge uma medida do mesmo governo dizendo que durante o período de um ano não vamos chamar ninguém”. Essa PEC vai ser analisada na comissão de Constituição e Justiça do Senado. (Bruno Costa – Portal do PT)

RádioPT - Clique aqui oou no player abaixo e ouça a entrevista com o senador Wellington Dias.



Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/nacional-2/concursos-publicos-podem-ter-prazo-de-validade-alterado-56041.html

Líder do PT na Câmara rebate matéria da Folha de S. Paulo

O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), rebateu a matéria sensacionalista publicada na edição de domingo (17) do jornal Folha de S. Paulo. O jornal pinçou declarações do líder em um debate realizado em fevereiro, distorcendo suas posições a respeito da descriminalização da maconha.

"Primeiro é bom registrar que a Folha de S. Paulo pegou uma palestra minha num contexto de um debate sobre a política de drogas e editou este debate, escolhendo os trechos que lhe interessavam. A matéria é estereotipada e não debate o tema de maneira correta", disse o líder.

Paulo Teixeira acompanha o tema há trinta anos e tem participado de seminários internacionais sobre experiências de como lidar com o assunto. "A gente precisa estudar experiências de outros países que estejam sendo bem- sucedidas e debater o tema. A questão da descriminalização precisa ser discutida. Porque quem precisa tratar do usuário não deve ser nem a polícia nem o tráfico".

A entrevista foi concedida ao jornalista Renato Rovai, do Blog do Rovai ( http://www.revistaforum.com.br/blog/ ).

Leia a íntegra da entrevista:

A Folha dá destaque de capa para uma participação sua num debate em que você defendeu a descriminalização da maconha. Primeiro queria te dizer que concordo com a sua opinião e acho ótimo este tema ser debatido, mas ao mesmo tempo queria saber o contexto da declaração.

Primeiro é bom registrar que a Folha de S. Paulo pegou uma palestra minha num contexto de um debate sobre a política de drogas e editou este debate, escolhendo os trechos que lhe interessavam. Segundo, a Folha não falou comigo.

Ela alega que o senhor foi procurado e não respondeu a ligação?

Quando a Folha quer falar comigo ela me acha. Falo com cinco ou seis jornalistas da Folha toda semana. Bom, mas a matéria está aí e quais são as minhas preocupações. Faz 30 anos que eu trabalho este tema e há 15 discuto isso no Parlamento. Sou autor de uma lei no Estado de São Paulo de Redução de Danos e participo da Comissão Brasileira de Drogas e Democracia, por isso tenho recebido convites de várias instituições e governos para discutir o tema. Então, tratei disso na palestra, porque acredito que o Brasil tem um tratamento muito permissivo com as drogas lícitas, principalmente com o álcool.

Quando li a matéria da Folha me lembrei que você defendeu ontem a proibição da propaganda do álcool no I Encontro Estadual dos Blogueiros Progressistas de São Paulo.

Sim. Defendo a proibição da publicidade do álcool na TV porque ela o associa a valores nacionais e a ídolos do esporte, da música, da cultura. Em relação às drogas ilegais acho que a gente tem que ter uma estratégia mais efetiva para enfrentar os danos em relação ao seu consumo. Quais são os danos, a criação de um mercado capitalizado, violento e com capacidade de enfrentar o Estado e de corromper instituições públicas, que usa de armas e recruta homens e mulheres. Em relação à saúde, esse mercado oferece uma série de produtos que são adulterados na sua composição química, já que não há controle algum deles. E eles acabam prejudicando mais ainda a saúde.

Além disso, a lei de 2006 acabou sendo mais dura com aqueles que traficam e como essa diferença entre o que é droga para uso próprio e tráfico é tênue, as cadeias acabaram ficando cheias de gente que não têm de verdade nenhuma relação com o tráfico. E isso faz com que o aparelho repressivo tenha que ficar prendendo e julgando gente que usa drogas ao invés de se dedicar combater o crime, gente que rouba, assalta, estupra... Nós precisamos reduzir danos e minha opinião é que precisamos visitar e conhecer as experiências internacionais bem sucedidas. Creio que hoje temos a de Portugal, onde se descriminalizou, e a da Espanha, que resolveu o problema do acesso a essas substâncias esvaziando o poder econômico da atividade. No Brasil, precisamos ter uma comissão de alto nível pra discutir o tema, para ver como podemos ter resultados melhores, já que os nossos nesse setor são ruins. Em Portugal, eles conseguiram diminuir a violência com essa descriminalização. Na Espanha eles tiraram o consumidor do contato com o crime.

A minha proposta é debater uma estratégica de alternativa a guerra a drogas, associada à redução de danos, como na Europa. Redução de danos associada à violência, a saúde, a questões sociais. Essa é a minha posição. Considero que é um debate que deve ser feito com a sociedade brasileira.

O senhor acha que a matéria da Folha estereotipa a sua posição?

Ela estereotipa e não debate o tema de maneira correta. A gente precisa estudar experiências de outros países que estejam sendo bem sucedidas e debater o tema. A questão da descriminalização precisa ser discutida. Porque quem precisa tratar do usuário não deve ser nem a polícia nem o tráfico.

E neste sentido de ampliar o debate as experiências internacionais uma das questões que precisa ser considerada é como deprimir economicamente o tráfico. E nesse sentido que se discute a questão do plantio cooperativado.

Quanto ao Mcdonalds, a comparação foi num contexto onde é importante dizer que o Estado deve exigir a divulgação dos produtos que façam mal a saúde.

Na Folha, o Hélio Schwartsman escreve um artigo onde ele afirma que suas sugestões devem ser consideras, mas que você não foi muito inteligente ao fazê-las porque pode perder a condição de líder do PT.

Eu na condição de líder do PT não perdi o meu direito a opinião. Além disso, atribui um autoritarismo ao PT que não está presente na história do nosso partido. Tenho feito há muito tempo esse debate dentro do PT. E tenho certeza que a interdição dele não é bom para a sociedade. Nós precisamos debater o tema para buscar soluções melhores do que a que as atuais. É importante ressaltar que nessa questão não tenho divergências com a política adotada pelo governo da presidenta Dilma Roussef, que vem fazendo esforços para combater o crime organizado e aumentar a rede de proteção aos usuários.



Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/nacional-2/lider-do-pt-na-camara-rebate-materia-da-folha-de-s-paulo-56111.html


Petista será presidente da Frente de Apoio aos Povos Indígenas

A Câmara instala nesta terça-feira (19) a Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas. Articulador da frente, o deputado Ságuas Moraes (PT-MT) presidirá o colegiado, que terá como principal objetivo articular políticas públicas voltadas para os povos indígenas.

O lançamento da frente coincide com a comemoração do Dia Nacional do Índio (19 de abril). O evento será no plenário 14, às 16h.

De acordo com o deputado Ságuas, a Frente também pretende aperfeiçoar a legislação referente aos povos indígenas e promover políticas públicas para o desenvolvimento da cultura indígena no País.

Para a solenidade de lançamento da frente estão convidados representantes de diversas entidades e órgão públicos como a Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, ministérios de Integração Nacional, da Justiça, da Saúde e da Educação, além de líderes partidários, assessores legislativos e representantes indígenas.



Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/parlamentos-6/petista-sera-presidente-da-frente-de-apoio-aos-povos-indigenas-56301.html


Reforma Política: Lula quer debate com a sociedade

Em reunião com lideranças petistas sobre a reforma política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu maior participação das mulheres, negros e índios no processo. A ideia é buscar acordo com os partidos e envolver os movimentos sociais e a sociedade no debate. Lula defendeu também a realização de seminários e um congresso internacional para discutir experiências de outros países sobre o sistema eleitoral. Como presidente de honra do PT, Lula deverá conversar com agentes políticos e reforçou que um dos pontos principais deve ser o financiamento público das campanhas.


Na reunião, que aconteceu nesta segunda-feira (18) em São Paulo, os dirigentes, parlamentares, e o ex-presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, alguns pontos começaram a ser acordados no âmbito partidário, quanto a Reforma Política, em trâmite no Congresso Nacional. Segundo a assessoria do líder do PT no Senado, Humberto Costa, via twitter, ficou acordado que no dia 20 de maio devem ser concluídas as propostas, projetos de lei e projetos de emenda à constituição sobre a Reforma Política. Numa avaliação dos trabalhos no Congresso, o senador Humberto Costa afirmou que os resultados da comissão da reforma política foram favoráveis ao financiamento público, sistema proporcional com lista fechada e fidelidade partidária. Já o secretário geral do PT, Elói Pietá, comentou que as linhas da reforma politica seguem as propostas aprovadas durante o terceiro congresso nacional do PT. Na reunião, o senador Wellington Dias (PT/PI) disse ser favorável a decisão de se acabar com os suplentes de senador. (Ricardo Weg – Portal do PT)



Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/institucional-3/reforma-politica:-lula-quer-debate-com-a-sociedade-56341.html

DEM teme perder Governnador

Cúpula do DEM teme perder o governo de Santa Catarina



A cúpula do DEM teme perder o governo de santa Catarina para o partido criado por Gilberto Kassab, o PSD. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os líderes do partido acreditam que a sobrevivência do DEM passa necessariamente por Santa Catarina.

Se o governador Raimundo Colombo aderir ao PSD, o DEM ficará apenas com o governo do Rio Grande do Norte, não tendo condições de sobrevivência, segundo previsões dos líderes do partido. Atualmente, a cúpula do partido acredita que os catarinenses estejam com um pé no PSD e tentam convencer Colombo a permanecer no DEM.


Fonte: http://www.band.com.br/jornalismo/brasil/conteudo.asp?ID=100000422384

domingo, 17 de abril de 2011

FHC, a oposição e a mídia

O presidente de honra do PSDB teria prestado uma importante contribuição à moralidade pública se dissesse quais são os veículos de mídia que se sujeitam à “influência” do governo via verbas publicitárias. Será que ele estaria se referindo à revista Veja? Ou aos veículos das Organizações Globo? Ou, quem sabe, à Folha de São Paulo? Ou ao Estadão?

O artigo sobre “O papel da oposição” que Fernando Henrique Cardoso publicou na revista “Interesse Nacional” teve grande repercussão, mas pouco se comentou sobre as afirmações que ele faz sobre o papel da mídia, velha e nova. Trata-se de ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, que sempre contou com a simpatia da grande mídia e, certamente, fala com autoridade de quem sabe. Vale a pena, portanto, verificar alguns dos conceitos e conselhos que oferece à oposição política.

PRIMEIRO: Para FHC opinião pública “são os setores da opinião nacional que recebem informações [da mídia]”, vale dizer, a opinião pública é apenas uma parte da população, aquela que se utiliza da mídia para obter informações [políticas].

O ex-presidente, portanto, ao contrário do que historicamente pensam e reivindicam muitos na grande mídia, faz uma importante distinção entre a opinião da mídia, a opinião pública e a opinião nacional [cf. nesta Carta Maior, “Golpe de 1964: os jornais e a “opinião pública” ].

SEGUNDO: FHC considera que “existe um público distinto do que se prende ao jogo político tradicional e ao que é mais atingido pelos mecanismos governamentais de difusão televisiva e midiática em geral”. Esse público “mais atingido pelos mecanismos governamentais” é identificado como sendo “as massas carentes e pouco informadas” e, entre os “mecanismos governamentais”, se incluem a “influência que [o governo] exerce na mídia com as verbas publicitárias”.

O ex-presidente considera, então, que existe uma “massa” que vem sendo manipulada pelo governo através da “difusão televisiva e midiática em geral”. E mais: que o governo ainda conta com a conivência ou cumplicidade da mídia, cooptada por meio de verbas publicitárias.

Teriam sido essas “massas carentes e pouco informadas” que o elegeram duas vezes, em 1994 e 1998, para a presidência da República? Ou essa seria apenas a conhecida forma elitista de se desqualificar o voto que elegeu e reelegeu o ex-presidente Lula e ainda elegeu, em 2010, a presidente Dilma?

Vale relembrar uma passagem do precioso artigo de Maria Rita Kehl que provocou sua demissão do Estadão em outubro de 2010. Dizia ela:

O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola. (...) Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano. [cf. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101002/not_imp618576,0.php ].

Por outro lado, teria sido uma importante contribuição à moralidade pública se o presidente de honra do PSDB tivesse dado a conhecer quais são exatamente os veículos de mídia que se sujeitam à “influência” do governo via verbas publicitárias. Será que ele estaria se referindo à revista Veja? Ou aos veículos das Organizações Globo? Ou, quem sabe, à Folha de São Paulo? Ou ao Estadão?

TERCEIRO: O ex-presidente considera que “existe toda uma gama de classes médias” (...), “ausente do jogo político-partidário”, para a qual “as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições”. Uma das características desses grupos é que, eles estão conectados às “redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc.”.

Mas, alerta ele, as oposições “não devem, obviamente, desacreditar do papel da mídia tradicional: com toda a modernização tecnológica, sem a sanção derivada da confiabilidade, que só a tradição da grande mídia assegura, tampouco as mensagens, mesmo que difundidas, se transformam em marcas reconhecidas.”

Certamente o ex-presidente não ignora a incrível capilaridade social da internet e de suas redes sociais no Brasil. Os usuários de Facebook, YouTube e Twitter estão em todas as classes sociais. E muitos dos usuários chegaram lá exatamente como resultado das políticas sociais dos governos que a oposição, segundo o ex-presidente, precisa combater.

O mais interessante, todavia, é a advertência em relação à mídia tradicional. Ela seria detentora exclusiva de uma “confiabilidade” capaz de assegurar a transformação das mensagens (políticas) em “marcas reconhecidas”.

Se considerarmos a oposição sistemática feita pela grande mídia aos dois governos Lula, comprovada por diferentes pesquisas e reconhecida pela própria presidente da Associação Nacional de Jornais, há razões de sobra para se desconfiar da “confiabilidade” da mídia tradicional. O ex-presidente Lula e seu governo, como se sabe, continuaram a receber aprovação recorde da imensa maioria da população.

Ao fim e ao cabo, parece que, a seguir as recomendações do ex- presidente FHC, a oposição política no Brasil terá um longo caminho pela frente.

A ver.


(*)Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.



Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5023

FHC vê Lula como o fantasma de Vargas

A semana foi dominada pela repercussão do artigo em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso expressou o desejo de que seu PSDB “esqueça o povão”.

Embora chocante, pela explicitude, a declaração do “príncipe” não deixa de guardar coerência com o que, há muito tempo, pensa o ex-presidente.

Em seu discurso de despedida do Senado, ao preparar-se para assumir seu primeiro mandato, ele foi bem claro sobre o que pensava sobre os rumos do Brasil.

(…)um pedaço do nosso passado político que ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas — ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista.

Ele é, embora sob um verniz intelectual pedante, um dos “adoradores do mercado” a quem o presidente Lula ao lançar as regras nacionalistas de exploração do pré-sal, chamando-os de “exterminadores do futuro” do país.

A visão de Fernando Henrique é pouco distante da idéia do Brasil como colônia, um país aberto, em suas riquezas naturais e humanas, a uma ordem econômica na qual as relações econômicas internacionais não passem pelas comportas de um Estado soberano, que reduza a drenagem realizada pelo capital internacional, pelas economias centrais.

Nessa visão, o povo trabalhador – e seus direitos – não é o senhor e destinatário dos frutos da riqueza do país e do trabalho que executa, mas é parte do maldito “custo Brasil”.

O povo, numa palavra, é um problema.

Porque, para Fernando Henrique, a conquista e a cooptação das classes médias – e sua capacidade de formar “o pensamento do homem comum” que cabe à mídia impor como convicção inquestionável.

Daí ele preocupar-se em, também no mundo digital, estabelecer a hegemonia conservadora que controla a mídia convencional. Atucanar a internet, para que ela não se contraponha ao pensamento único que o controle da comunicação pelo poder econômico, eis o conselho de Fernando Henrique, em resumo.

No mais, é a culpa do traidor que se expressa em tudo o que ele diz. Lula, pra ele, é o fantasma de Vargas que o assombra e apavora. Tanto que repete a mesma cantilena de que, como atribui a Getúlio- também Lula “cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes”.

O artigo de FHC, para quem teve paciência e estômago para lê-lo, parece mesmo uma catarse psicanalítica. Até mesmo o fato de terem os tucanos se tornado a UDN do século 21 está fantasticamente explicitado quando ele diz que seria um “erro fatal imaginar, por exemplo, que o discurso “moralista” é coisa de elite à moda da antiga UDN. A corrupção continua a ter o repúdio não só das classes médias como de boa parte da população”.

Ora, repudiar a corrupção é o óbvio e o natural, transformar este repúdio no centro dos problemas nacionais, é sim o falso moralismo que encobre a imoralidade maior que é roubar do Brasil e do povo brasileiro seus direitos, suas riquezas e seu destino.

E é exatamente isso que o vendedor da Vale sugere, ao propor que “é preciso persistir, repetir a crítica, ao estilo do “beba Coca Cola” dos publicitários”.

Fernando Henrique Cardoso tornou-se o Lacerda de beca e capelo.


Fonte: http://www.tijolaco.com/

Tucanos e atucanados contra o aumento do mínimo



Eu sempre digo que mais importante do que quaisquer eventuais dez reais a mais ou a menos no valor do salário mínimo é termos um política permanente e pré-definida de valorização real dos salários.

O PSDB, o DEM e o PPS entraram na Justiça para anular a decisão do Congresso que permite ao Executivo fixar por decreto o valor do salário mínimo segundo a fórmula acertada com as centrais sindicais: variação do PIB de dois anos antes e mais inflação do ano anterior.
O que dará 7,5% mais algo como 6% de inflação, no reajuste de janeiro de 2012. Ou um reajuste para cerca de R$ 619 reais.

Se tomarmos o dólar a 1,70 em janeiro de 2012, o valor será o equivalente a 364 dólares. Seis vezes maior que os 58 dólares deixados por FHC. Deflacionado apenas em reais, pelo IPCA, 90% maior que o deixado pelo “príncipe” neoliberal.

O STF vai decidir se o acordo entre Governo e centrais sindicais vale ou não.

Então, o que pretendem tucano e atucanados?

Bom, primeiro “tirarem onda” de defensores dos trabalhadores mais humildes, do povão que “a chefia” mandou esquecer, criande desgastes para o Governo Dilma.

Mas, sobretudo, querem detonar uma regra que este país nunca teve inscrita na lei: a de que salário mínimo nunca desce, que sempre recupera a perda inflacionária e incorpora em si o crescimento da economia.

Ou seja, o que o bolo crescer é para todos. Não só para os bicos ávidos do capital.


Fonte: http://www.tijolaco.com/

O “mercado” quer arrocho salarial

Perigosos especuladores ameaçam estabilidade da economia aplicando em alimentos


A turma do mercado financeiro, toda ela muito bem remunerada, acha que a inflação é culpa dos pobres, que pegaram esta estranha mania de querer comprar comida e outras coisas supérfluas.

A Folha publica declarações de economistas destas consultorias.

O economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini, diz que o aumento do salário-mínimo do ano que vem (algo em torno de 13%), “vai impulsionar o consumo das classes de baixa renda, que consomem mais itens como alimentos e bens não duráveis. Quando aumenta a demanda, a tendência é que o preço também suba.

Já o economista chefe do banco West LB, Roberto Padovani, diz que o desequilíbrio fiscal como efeito colateral do reajuste. Isso porque o salário mínimo corrige os benefícios dos aposentados e pensionistas que recebem o piso.

A receita de ambos? Juros mais altos, para restringir o consumo e, claro, aumentar os ganhos dos aplicadores financeiros. Um deles chega a dizer que é “o que está no manual”.

A mesma que vinha sendo aplicada há décadas e deixou o Brasil de “roda presa”.


Fonte: http://www.tijolaco.com/

O efeito político do caso Aécio Neves



Estou há algum tempo pensando em como abordar o episódio envolvendo a apreensão da carteira e a recusa ao teste do bafômetro pelo Senador Aécio Neves.

É notícia em todos os grandes jornais.

Demorei porque, pessoalmente, não vou crucificar Aécio por isso, porque não se faz aqui o tipo de exploração que todos sabem que Serra fez contra ele na disputa do posto de candidato do PSDB.

Vou me restringir a uma observação, de sentido exclusivamente político.

É a de que, do ponto de vista do marketing de Aécio como novo líder da oposição, foi um grave desastre.

Pegou bem na tal imagem junto à classe média que Fernando Henrique mandou cultivar.

Aécio vai para a muda, com sua estratégia do bom-mocismo.

E a oposição vai ter de ressuscitar o Serra.

Que, moralmente, tem transgressões muito mais graves que dirigir com a carteira vencida e evitar o bafômetro.


Fonte: http://www.tijolaco.com/

Frente Parlamentar vai ouvir Bernardo sobre Ley de Medios

No I Encontro de Blogueiros Progressistas de São Paulo, realizado este sábado, no salão Franco Montoro, na Assembléia Legislativa de São Paulo, a deputada Luiza Erundina anunciou que no dia 28 de abril o Ministro das Comunicações será entrevistado formalmente pela Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão.

A Frente se criou com a assinatura de 190 parlamentares, 19 a mais que o necessário para a formalização de uma Frente Parlamentar.

No dia do lançamento da Frente, dia 19, às 14 horas, no Plenário Nereu Ramos, no Congresso Nacional, deverá oficializar a eleição de Luiza Erundina para presidente.

Segundo o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira, presente ao I Encontro, o representante oficial do PT será o deputado Emiliano José, da Bahia.

A deputada Erundina explicou que não basta a Presidenta Dilma Rousseff, num ato de voluntarismo, enfrentar o poderoso conjunto da mídia que controla a imprensa brasileira.

A Presidenta precisaria, considera Erundina, convocar um outro ator para ajudar a aprovar o marco legal para mídia, aqui chamada de PiG (*).

Esse ator é a sociedade civil organizada, mediada pelos representantes do povo no Congresso.

Erundina observa que o governo tem uma ampla maioria no Congresso.

É uma maioria ampla e heterodoxa.

Por isso, é importante observar a correlação de forças.

Nesse esforço de incorporar a sociedade civil na batalha para aprovar a Ley de Medios, Erundina chama a atenção para o papel dos blogueiros sujos.

O deputado Paulo Teixeira anunciou que, ainda neste semestre, o Ministro Paulo Bernardo apresentará ao Congresso um projeto de lei de regulação da mídia para mexer no “latifúndio da comunicação neste país”, observou.

Teixeira anunciou, também, que em 15 dias estará pronto o “marco civil da internet”.

Ele é o resultado de consultas públicas de que participaram 70 mil pessoas.

E na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Alessandro Molon, do PT, será o relator.

Teixeira lembrou que este novo marco da internet se oporá ao “AI-5 Digital”, de autoria do senador e presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, aquele muy amigo do “Valeriodantas”, de Minas Gerais.

Azeredo queria cercear a liberdade de expressão da internet, vigiá-la e criminalizá-la.

O novo marco pretende enfiar o “AI-5 Digital” no “Valeriodantas” e fechar a porta.

A deputada Luiza Erundina anunciou que uma das tarefas da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão será ficar de olho na Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática da Câmara, composta em boa parte de concessionários de empresas de rádio e televisão.

Ou seja, em muitas decisões, como no caso da renovação das concessões, a Comissão legisla em causa própria.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Fonte: http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/04/16/frente-parlamentar-vai-ouvir-bernardo-sobre-ley-de-medios/

Dossiê da Dilma contra FHC era um blefe

Na foto, Dias mostra o blefe

Saiu na Folha online:

Justiça Federal arquiva caso do dossiê anti-FHC

FERNANDA ODILLA

DE BRASÍLIA


A Justiça Federal determinou o arquivamento do inquérito que apura a confecção e o vazamento do dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). A decisão foi tomada na segunda-feira desta semana.


Depois de quase três anos de investigação, o juiz Marcos Vinícius Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, acatou os argumentos do Ministério Público Federal que alegou que a planilha de gastos dos tucanos com cartões corporativos não continha informações sigilosas quando foi feita.


Segundo decidiu a Justiça, não é possível apurar se houve crime de violação de sigilo funcional.


A Folha revelou, em 2008, que o dossiê foi produzido a mando de Erenice Guerra, que era secretária-executiva da Casa Civil e braço direito da então ministra Dilma Rousseff.


A hoje presidente sempre negou se tratar de um dossiê, classificando a planilha como “banco de dados”.

Navalha

O amigo navegante se lembra da tentativa de Golpe por causa do cartão corporativo.

Começou com o vazamento feito pelo impoluto senador Álvaro Dias – que queria “proteger” Fernando Henrique e por isso vazou o que seria, segundo o PiG (*) e a oposição, um “dossiê” para perseguir FHC.

Na verdade, como a então Ministra Dilma Rousseff sempre disse, era uma planilha sem dados sigilosos.

Planilha essa, por acaso, que revelou as despesas de D Ruth Cardoso com atividades culturais na Europa, com o cartão corporativo.

Foi um “caosaéreo” de menores proporções.

Mas, a intenção era a mesma: derrubar o Governo.

Agora se vê: a denúncia era vazia.

Um blefe.

O que não é um blefe é a denúncia do Leandro Fortes de que a filha do Cerra e a irmã do Dantas violaram milhões de sigilos fiscais, com a ajuda de algum “trabalho interno” no Banco do Brasil.

O amigo navegante se lembra dessa reportagem na Carta, não é isso ?

Pois é: isso não é um blefe.

Clique aqui para ler sobre a devastadora estreia de Aécio Neves como representante da oposição na campanha presidencial de 2014: é um discurso “superficial”, segundo a Folha (**) e “”diet”, segundo este ansioso blog.




Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Presidenta cerca Palocci na Casa Civil. Que bom !

Saiu na Folha, pág. A10:

“Dilma mantém segundo escalão quase inalterado”

Leia também, na mesma página, texto de título maroto: “Palocci recruta jovens para posições-chave”

Na verdade, Dilma montou uma equipe dela, de economistas e advogados – oito, com idades inferiores a 35 anos – sob a liderança de Beto Vasconcelos, de 34 anos, identificado como o número dois (ou será o 1 ?) da Casa Civil.

Beto chegou à Casa Civil em 2005, quando a ministra Dilma não sabia que era o filho de Gilberto Vasconcelos, preso com ela no regime militar.

O nome dele é homenagem a Carlos Alberto Soares de Freitas, ex-comandante desaparecido da VAR-Palmares, organização armada da qual Dilma fez parte.

(E que originou a ficha falsa que a Folha (*) publicou como verdadeira.)

Quer dizer, o Palocci não pede um cafezinho sem que a Presidenta não saiba.

Palocci, aquele que, segundo o WikiLeaks, tramou com o embaixador americano apoiar a ALCA, em desrespeito à posição do Presidente a que servia, o Nunca Dantes, e ao grande chanceler Celso Amorim.

Palocci, que se dedica, segundo a Carta Capital, a fulminar o Mantega e que, segundo a própria Presidenta, foi quem salvou a Globo da concordata.

Logo, o Palocci mantém a função de receber empresários no gabinete, como explicou a este ansioso blogueiro o passarinho pousou na janela do hotel em Brasília. É que o Palocci pensa que é o Golbery !

O perigo é, de tanto receber empresário, querer repetir o Golbery, que tentou fazer do Maluf o sucessor do Figueiredo.

Um jenio !

Agora se vê que o auto proclamado Golbery não nomeou nem o contínuo.

Que bom !


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.


Fonte: http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/04/17/presidenta-cerca-palocci-na-casa-civil-que-bom/

Governo prevê salário mínimo de R$ 616,34 em 2012

Por Wellton Máximo e Stênio Ribeiro

Brasília – O governo prevê salário mínimo de R$ 616,34 no próximo ano. Os números constam do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado hoje (15) ao Congresso Nacional. Os dados foram divulgados há pouco pelo Ministério do Planejamento.

O reajuste segue a fórmula aprovada pelo Congresso no início do ano, que estabelece correção pela inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás, que foi 7,5% em 2010.

A estimativa, no entanto, leva em conta a inflação mais baixa que a apontada pelo mercado. Segundo o Planejamento, o IPCA acumulado neste ano será de 5%. O relatório Focus, pesquisa divulgadas toda semana pelo Banco Central, a inflação oficial fechará 2011 em 6,26%.


Fonte: http://www.cartacapital.com.br/politica/governo-preve-salario-minimo-de-r-61634-em-2012

Cuba e a repórter da Folha, quem afunda?

por Gilson Caroni Filho, em Carta Maior

Alaine Gonzáles e Reinel Herrera são trabalhadores autônomos cubanos. Ambos foram escolhidos pela jornalista Flávia Marreiro, enviada especial da Folha de São Paulo a Havana, como personagens errantes de uma economia em frangalhos. Seguindo um padrão de cobertura vigente há 50 anos, a repórter elabora um texto com pouca informação e direcionamento enviesado, não somente sobre o país, no sentido político e econômico, mas principalmente sobre o povo, sua história, sua cultura e seus hábitos.

A enorme propaganda orquestrada contra o regime cubano acabou por criar, como subproduto previsto e planejado, uma imagem distorcida sobre os habitantes da Ilha, apresentados ora como guerrilheiros ferozes, desconhecedores de fronteiras, ora como prisioneiros, tristes e infelizes, de uma ditadura. É compreensível o sucesso desse tipo de campanha, quando se avalia o poder da rede de comunicação capitalista.

É natural que o jornalismo nativo não possa perceber a dinâmica que se apresenta aos seus olhos. Se Flávia Marreiro conseguisse se desvencilhar da viseira ideológica, talvez conseguisse enxergar os personagens com outras roupagens e expectativas. Alaine e Reinel, como o restante do povo cubano, têm consciência das suas dificuldades. Por outro lado, crêem na revolução porque sabem que são participantes ativos de um processo tão rico quanto denso. Não se sentem impotentes diante dos problemas: reclamam e atuam dentro de uma estrutura política que lhes permite, independentemente do poder econômico ou dos conchavos políticos, resolver problemas que os afligem.

Como cidadão esclarecido, bem informado e politizado, o cubano é o verdadeiro crítico do regime. Critica e aponta saídas. Trabalha e, quando a nação necessita da sua presença, lá está ele, pronto para defender sua revolução com o seu próprio sangue. Aqueles que não quiseram trabalhar pela coletividade ou que sequer queriam trabalhar se foram pelo Porto Mariel, iludidos pela falsa propaganda que vinha dos Estados Unidos, onde pensavam encontrar dinheiro fácil. Flávia chegou tarde, com uma pauta envelhecida.

Nem Alaine, nem Reinel Herrera viveram os problemas da etapa anterior a 1959, quando o desemprego era superior a 16,4% e o subemprego estava em torno de 34,8%. Eles já vieram ao mundo num país de – praticamente-pleno emprego. Também não conviveram com as taxas de analfabetismo de 23,6%, nem com o sistema escolar que, de 100 crianças matriculadas nas escolas públicas, deixava 64 no meio do caminho, sem terminarem o 6º ano. Hoje, apesar de todos os problemas, a taxa de analfabetismo não chega a 3% e não existem crianças em idade escolar sem colégio.

Com uma assistência médica nacionalizada, nenhum dos dois conheceu o país que concentrava 65% da população nas áreas urbanas, que tinha 70% da indústria farmacêutica controlados por empresas estrangeiras, em que a expectativa de vida era de 62 anos e a mortalidade infantil de 40 por mil nascidos vivos. Já a mortalidade materna era de 118,2 por 10 mil nascidos. Esses dados, por certo, não estão no departamento de pesquisa dos jornais dos Frias, Marinhos e Mesquitas. Flávia, a nossa brava repórter, talvez não disponha de outras informações que lhe seriam de extrema utilidade na cobertura da reunião do Partido Comunista Cubano.

Antes da revolução, menos de 2.500 proprietários possuíam 45% das terras do país e 8% das fazendas concentravam 71% da área disponível. Até 1959, somente 11,2% dos trabalhadores agrícolas tomavam leite, 4% comiam carne,1% consumia peixe. Na Cuba de Alaine e Herrera, o consumo de leite e carne é superior a todos os outros países do continente. Se nos anos 1980, quando os dois entrevistados nasceram, a implementação do processo revolucionário continuava, foi a década de 1960 que abriu caminho ao desenvolvimento econômico e, sobretudo aquela em que se resistiu às agressões armadas, bombardeios e à tentativa de invasão norte-americana que definiu o caráter socialista da revolução.

Todo o conjunto de medidas políticas e econômicas custou a Cuba o bloqueio econômico e diplomático imposto pelos Estados Unidos. A situação voltaria a se agravar após o fim da URSS e do bloco socialista, mas o colapso tão esperado pelo Império e seus sócios não veio.

O sistema econômico procurou proporcionar o desenvolvimento e o crescimento do país de uma forma igualitária. Ernesto Che Guevara, quando ministro da Indústria, ilustrou bem qual a diferença entre sistema econômico e desenvolvimento. Para ele, um anão enorme com tórax enchido é subdesenvolvido, porque seus curtos braços e débeis pernas não se articulam com o resto de sua anatomia. É produto de um desenvolvimento teratológico que distorceu suas formações sociais. A descrição sobre o restante da América Latina não podia ser mais precisa.

Se, de fato, o Partido decidir demitir 500 mil funcionários, enxugar o Estado e aumentar a produtividade, como relata a grande imprensa, a anatomia cubana não permite vislumbrar um mergulho na lógica fria dos ditames do mercado. A perspectiva que só a história dá, para avaliar em toda a sua dimensão, os erros e acertos, o processo que implantou, pela primeira vez, o socialismo na região, mostra um organismo social saudável, preparado para mudanças necessárias.

O célebre “mudamos ou afundamos” atribuído a Raul Castro não é, como supõe a matéria da Folha, a expressão dramática de uma situação. As crises permanentes que a revolução atravessou, impostas para fazê-la fracassar, fizeram com que a retificação de rumos e a concepção de novas idéias se tornassem elementos constitutivos da nação caribenha. Fátima Marreiro pode ter uma certeza: Cuba não afundará.



Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/gilson-caroni-cuba-e-a-reporter-da-folha-quem-afunda.html

Aécio Neves se recusa a fazer teste do bafômetro

Dicas de Stanley Burburinho e Gustavo Pamplona

Aécio Neves tem habilitação apreendida em blitz da Lei Seca no Rio

Assessoria diz que senador não sabia que documento estava vencido.
Tucano também se recusou a fazer teste do bafômetro, diz governo do Rio.

por Bernardo Tabak, do G1 RJ

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve a carteira de habilitação apreendida por estar com o documento vencido e por se recusar a fazer o teste do bafômetro numa Operação Lei Seca na Avenida Bartolomeu Mitre, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Aécio foi parado na blitz na madrugada deste domingo (17). As informações são da Secretaria de Estado de Governo do Rio.

De acordo com a Secretaria de Governo, Aécio Neves foi multado. O senador não teve o carro apreendido, pois apresentou um condutor habilitado, e foi liberado.

A assessoria de imprensa de Aécio Neves informou que o senador não sabia que a carteira de habilitação estava vencida. De acordo com a assessoria, o tucano tinha saído da casa de amigos e voltava para sua residência, no Leblon, com a namorada.

Ainda segundo a assessoria, os policiais reconheceram o senador e solicitaram a documentação, que foi imediatamente apresentada. Quando os policiais alertaram que a habilitação estava vencida, Aécio Neves disse que não sabia que estava vencida. A assessoria informou que um taxista habilitado conduziu o carro para a casa do senador.

A recusa do teste de bafômetro é considerada uma infração gravíssima, representa 7 pontos na carteira e vale multa de R$ 957. Dirigir com a carteira de habilitação vencida também é uma infração gravíssima e representa 7 pontos. A multa de R$ 191,54.



Fonte: http://www.viomundo.com.br/humor/aecio-neves-se-recusa-a-fazer-teste-do-bafometro-no-rio.html

FHC tira a máscara

O ex-presidente define-se: chega de social-democracia, tudo a favor dos valores da casse média. Por Maurício Dias. Foto: Edson Silva/Folhapress


“Ele é um presidente definido por lei que está fazendo o que o país dominante quer que ele faça”
Avaliação do governo de FHC feita por Raymundo Faoro, em 15/5/2002

Finalmente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, suposto arauto da social-democracia brasileira, entrou no trilho adequado. Foi preciso mais de oitos anos, além de três fracassos eleitorais sucessivos na disputa presidencial, para que ele jogasse fora a máscara da social-democracia e assumisse o papel de expressão política da classe média. O sociólogo faz isso agora, na condição de presidente de honra dos tucanos.
“Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT a influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, falarão sozinhos”, sentencia FHC em artigo escrito para a nova edição da revista Interesse Nacional, que começou a circular na quinta-feira 14.
Nada de mal. É bom para o País que o rio corra no seu leito natural. Nada de mais. A minoria precisa de alguém que defenda seus valores. O ex-presidente finca a bandeira nesse espaço ou, pelo menos, tenta. Pela primeira vez se apresenta como porta-voz dessa camada social e se apressa a dar receita eleitoral para os candidatos da oposição.
“Se houver ousadia, as oposições podem organizar-se, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates sobre temas de interesse dessas camadas.”
Quem compõe essas camadas da sociedade brasileira? A nomenclatura sociológica se embaralha nesse ponto. A classe média é difusa mesmo a partir da base da pirâmide social. Os milhões tirados da marginalidade ao longo do governo Lula – em torno de 20 milhões – foram batizados de integrantes da classe média “E”, embora uma classe social não se consolide somente a partir do salário.
O ex-presidente faz uma leitura muito particular da eleição de 2010. Ele acredita que o resultado traduz essa visão polarizada: Dilma 56,5% dos votos contra 43,95% de Serra.

O sociólogo, já de olho na competição presidencial de 2014, vê as coisas com a lente descalibrada do político oposicionista. Sem ameaça de ser vitimada pelo preconceito da classe média bem aquinhoada, como acontece com Lula, a presidenta Dilma tem chances de transitar melhor nessa faixa do eleitorado. Exatamente o contingente preferencial do governo de FHC.
Ainda em 2002, poucos meses antes da eleição de Lula, diante da pergunta se achava que o governo tucano fora feito para somente 30 milhões, o jurista e historiador Raymundo Faoro lançou uma dúvida: “Tanto assim?”. E argumentou: “O país que lê jornal… quantos são? E o país que lê livros? Não há sequer mercado para sustentar a cultura”.
FHC tornou-se um ícone do país privilegiado: “É isso que sobrou”, disse Faoro.
Foi o que restou também do PSDB, que nunca teve vínculos com os sindicatos brasileiros e com os movimentos sociais. Vínculos que, em essência, definem historicamente a natureza dos partidos social-democratas. Uma aliança que os tucanos nunca buscaram.


Maurício Dias é jornalista, editor especial e colunista da edição impressa de CartaCapital. A versão completa de sua coluna é publicada semanalmente na revista.


Fonte: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/fhc-tira-a-mascara